Não seria absurdo nenhum falar que, na partida de ontem, entre Flamengo e Athletico Paranaense, no Maracanã, a equipe carioca amassou o adversário. Porque o Flamengo teve mais posse de bola, deu mais passes, criou mais oportunidades, chutou mais vezes ao gol, teve mais chances claras e, no decorrer de toda a partida, viu o goleiro Santos vivendo poucos momentos reais de preocupação – e olha que jamais imaginamos dizer isso com Léo Pereira titular da zaga.
Ainda que a arbitragem de Luiz Flávio de Oliveira tenha cumprido a cota “árbitro Brasil” de erros, tanto num possível pênalti não marcado para o Flamengo quanto num carrinho de Arrascaeta que talvez fosse para cartão vermelho, isso não muda o fato de que, a grosso modo, presenciamos um Flamengo superior, que controlou as ações e conseguiu criar boas alternativas mesmo diante de um rival que veio ao Rio de Janeiro com a clara intenção de se defender, garantir o 0x0 e, se possível, machucar algum jogador importante do adversário.
Só teve um problema. O gol não saiu.
Seja por uma mistura de falta de pontaria, qualidade duvidosa do campo, azar, ou até mesmo mérito do intenso time sulista, os gols que o Flamengo precisava para levar ao menos alguma vantagem para o jogo de volta, que será realizado no campinho de grama plástica de Curitiba, um cenário muito complicado e que não traz grandes lembranças para o torcedor rubro-negro, acabaram não saindo, por mais que tentativas – e não foram poucas – tenham sido feitas.
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Mas como explicar a situação de um time que jogou tão bem, se dedicou tanto, criou tantas oportunidades e mesmo assim não conseguiu o placar que precisava? Bem, poucos jogadores representam tão bem a dicotomia rubro-negra na noite desta quarta-feira quanto Gabigol, que, assim como o Flamengo, teve uma atuação complicada de classificar.
Porque você não pode dizer que Gabi não jogou bem. O nosso trapper correu, brigou, armou, criou boas jogadas, se movimentou de maneira intensa e ajudou a sufocar de maneira indiscutível um adversário qualificado e bem postado. Mas Gabigol, porém, não fez gol. Se fosse ele chamado Gabipasse, Gabimovimentação, Gabiaberturadespaços, tudo bem, mas quando o seu nome é Gabigol, como em todo nome que envolve uma realização ou função (pensa se o Wesley Safadão vira cantor gospel ou “El loco” Bielsa começa a jogar num 6-3-1 defensivo) cria-se realmente uma certa expectativa de que você vai deixar a sua marca, sem perder as oportunidades que foram perdidas ontem.
Então ainda que o Flamengo siga um time em franca evolução, ainda que a partida de ontem tenha deixado claro o crescimento tático do time, ainda que não haja muito debate sobre quem jogou melhor, ficou também visível a necessidade do Flamengo de ser mais eficiente, passando principalmente por Gabigol, um atleta que sabe ser decisivo, que marcou gols em algumas das partidas mais importantes dos últimos anos, e que precisamos que volte a mostrar o fato artilheiro que garantiu seu nome.
Porque cada vez mais é visível que voltamos a ter uma equipe capaz de brigar por coisas, capaz de disputar títulos, capaz de atuar muito bem contra os grandes do nosso futebol. Porém vai ficar muito complicado se a gente não fizer esse negócio chamado gol. Sim, ele é meio importante.
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