Diogo Almeida | Twitter: @DidaZico
Em 2015 começou a vigorar o Regulamento Nacional de Registro e Transferência de Atletas de Futebol. O documento visa retirar arestas e normalizar o futebol brasileiro junto ao novo cenário de transferências do futebol mundial.
Uma situação regulamentada pelo novo código envolve os empréstimos de jogadores que eram cedidos com um pequeno porém: Em jogos contra os clubes que o emprestou o jogador não deve ser relacionado. E os clubes ainda foram além, em alguns casos: Se o clube que tomou o empréstimo quisesse mesmo contar com o atleta, uma taxa extra seria cobrada para que ele pudesse ficar à disposição para o confronto.
Quem não lembra de Marcelo Moreno jogando (mal) contra o Grêmio em 2013, mediante o pagamento de R$ 300 mil?
Nesta semana a Procuradoria do STJD encaminhou pedido de abertura de inquérito contra Flamengo e Corinthians. De acordo com o art. 33 do novo Regulamento, as partes (clubes) não podem limitar a cessão de uso dos atletas Emersón Sheik e Paolo Guerrero. O “jeitinho” ou “acordo de cavalheiros”, pelo visto, pode custar uma grana aos combalidos cofres flamengos.
Não só Flamengo e Corinthians estão sendo investigados pelo STJD. Palmeiras, Atlético-MG, Sport, Grêmio, Goiás, Internacional e Vasco também utilizaram do artíficio. O Fla também pode multado pela não presença de Erazo no jogo válido pela 14º rodada, dia 18/07. O zagueiro, titular da zaga gremista, foi emprestado ao Fla aos gaúchos.
O montante a ser pago pode variar de 10mil a 100mil reais por processo, obedecendo o artigo 191, inciso III do Código Brasileiro de Justiça Desportiva: “Deixar de cumprir ou dificultar o comprimento do regulamento, geral ou especial, de competição”.
E o famigerado “acordo de cavalheiros” entre Flamengo e Corinthians, que retirou de campo Sheik e Guerrero, provavelmente contribuindo para uma atuação desastrosa da equipe rubro-negra em pleno Maracanã – um 3 a 0 fácil para os alvinegros de Sampa – está longe de deixar de ser águas passadas.