O Conselho Deliberativo do Flamengo vota nesta segunda (29) autorização para que o presidente Rodolfo Landim participe do leilão para aquisição do terreno do antigo Gasômetro para a construção do estádio próprio do clube. Nos últimos dias, os candidatos à Presidência do Flamengo nas eleições de dezembro se manifestaram sobre o tema.
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O MRN relembra as declarações de Rodrigo Dunshee de Abranches, candidato de Landim, Luiz Eduardo Baptista (Bap) e Maurício Gomes de Mattos, que já se lançaram oficialmente candidatos. Wallim Vasconcelos, que segundo Mauro Cezar Pereira estaria pretendendo lançar candidatura, também se pronunciou.
Possível candidato do grupo Fla Tradição, do ex-presidente do Conselho Fiscal Capitão Léo, Siro Darlan enviou um requerimento a Landim sobre o leilão. Veja a seguir a posição dos cinco pré-candidatos:
Rodrigo Dunshee de Abranches
Como é vice-presidente de Landim e participou das negociações com a Prefeitura e a Caixa sobre o terreno do Gasômetro, o apoio de Dunshee à participação no leilão é implícito. A única manifestação recente do candidato sobre o leilão diz respeito ao valor que o Flamengo estaria disposto a pagar no terreno – o leilão terá lance mínimo de R$ 138 milhões.
“O Flamengo nunca teve a intenção de desembolsar 250 milhões pelo terreno do Gasômetro. Nossa proposta sempre foi de pagar, no máximo, 146 milhões. Para chegarmos a esse valor, utilizamos como referência o preço solicitado pela própria Caixa Econômica Federal por metro quadrado no processo do Terminal Gentileza. Naquela ocasião, eles pediram R$ 2 mil pelo metro quadrado, enquanto a prefeitura pagou 1.500. Portanto, estamos oferecendo mais do que a prefeitura pagou à Caixa pelo mesmo terreno‘, afirmou Dunshee em entrevista ao Paparazzo Rubro-Negro.
“Do total do terreno, é necessário descontar 17%, pois o terreno é foreiro à União. Assim, 88 mil m² multiplicados por 2000 reais o metro quadrado resultariam em 176 milhões, descontando os 17% do foro, chegamos a 146 milhões. Quero deixar claro que nunca houve uma proposta de 250 milhões. O objetivo do Flamengo sempre foi pagar o valor solicitado à Prefeitura no Terminal Gentileza, subtraindo os 17% do foro da União, totalizando R$ 146 milhões. Esse seria o valor máximo que o clube aceitaria pagar pelo terreno”, acrescentou.
Luiz Eduardo Baptista
Bap falou sobre a votação desta segunda-feira em entrevista exclusiva ao MRN no sábado (27). Ele se disse favorável ao estádio mas questionou a forma como a aquisição do terreno vai acontecer.
“Eu sempre fui a favor do estádio. Isso está no nossos planos de governo das últimas 4 eleições. Totalmente a favor do estádio, sempre. O desafio é a que custo. Já falei em algumas entrevistas que o estádio não pode comprometer na performance esportiva, levando a gente a níveis de endividamento absurdos. Ou no limite forçando o Flamengo a virar SAF”, afirmou.
O candidato disse que é uma “bobagem” qualificá-lo como contrário ao estádio por conta dos questionamentos.
“Então não é o que, mas sim como. E essa dúvida persiste porque até agora não foi apresentado nenhum estudo de viabilidade econômico-financeira desse estádio. E as pessoas entendem que, quando se pergunta qual o estudo de viabilidade financeira significa que está contra. Isso é uma grande bobagem. Todo mundo quer a casa própria, mas na hora que fala qual o preço. É a pergunta que todo mundo faz: ‘ Quanto eu vou pagar?”, acrescentou.
Bap não esclareceu se votará a favor ou contra a compra do terreno na sessão desta segunda.
“Na segunda-feira não será apresentado o estudo de viabilidade econômico-financeira, não dá tempo. É um estudo muito mais profundo. O próprio edital diz que tem 18 meses para apresentar o projeto. Esse projeto não será apresentado na segunda-feira. Então, o que estará em votação é se o Conselho Deliberativo aceita comprar o terreno sem esse estudo. Tão simples quanto isso.”
Maurício Gomes de Mattos
MGM se manifestou em um vídeo em suas redes sociais na noite de sexta-feira, se colocando a favor da aprovação da participação de Landim no leilão.
“Vivemos um momento histórico para todos nós, rubro-negros. Por décadas todos nós sonhamos com a construção de um estádio próprio. Um estádio com as nossas cores, com a nossa cara, com a nossa alma. E agora está em nossas mãos transformar este sonho em realidade. Vivemos um momento raro de alinhamento político e financeiro. A prefeitura está empenhada em impulsionar a construção do estádio. Essa é uma oportunidade única que não podemos desperdiçar”, afirmou.
O candidato admitiu que existem riscos econômicos e jurídicos na aquisição do Flamengo, mas disse que Landim deve ser responsabilizado caso cause prejuízo ao clube.
“Entendo as críticas e preocupações sobre os riscos do projeto. É exatamente para calcular esses riscos que existe o Conselho Deliberativo do clube. Estamos aprovando a compra do terreno em um ponto privilegiado. Estamos condicionando a elevação do valor ao prudente arbítrio do presidente, assegurando que qualquer imprudência será responsabilizada conforme o estatuto e a lei”, afirmou.
MGM também prometeu a divulgação de um estudo realizado pelos seus apoiadores propondo alternativas para financiar a construção do estádio, o que deve acontecer ainda nesta segunda-feira.
“Estamos representando o desejo de milhões de torcedores. A história do Flamengo é a história de vencedores, que não se apequenam diante dos desafios. Vamos construir o nosso sonho juntos, porque juntos faremos um Flamengo ainda maior e melhor”, concluiu.
Wallim Vasconcellos
Ao comentar o post em que Mauro Cezar Pereira falava sobre sua intenção de se candidatar, Wallim foi sucinto ao se manifestar favoravelmente à participação do Flamengo no leilão do terreno.
“Em relação a esta notícia, só me manifestarei no final da próxima semana, após a votação no Conselho Deliberativo no dia 29 sobre a compra do terreno (que sou a favor) e o leilão no dia 31. Estes dois eventos, de suma importância para o futuro do Fla, devem ser o foco da semana”, escreveu no Twitter.
Siro Darlan
O desembargador enviou um requerimento a Landim com questionamentos do grupo Fla Tradição sobre a operação para aquisição do terreno.
“Tendo em vista a Assembleia Extraordinária convocada para o dia 29 de julho, [o Fla Tradição] vem manifestar seu integral apoio à construção de um estádio para o Clube de Regatas do Flamengo. Contudo desejamos que essa aquisição seja feita com a mais absoluta responsabilidade social e que a aquisição do terreno que abrigará nosso tão sonhado Estádio, atento à capacidade e estabilidade financeira do Clube de Regatas do Flamengo, conquistada com o trabalho e apoio de muitos. Para tanto prezamos a manutenção ilesa do patrimônio do clube e de seus associados com o intuito de manter a autonomia e independência da maior instituição esportiva do País”, escreveu.
No requerimento, Darlan listou sete questionamentos que indicam um posicionamento contrário à autorização para que Landim participe do leilão.
“O que justifica sob o ponto de vista ético um dirigente em fim de mandato onerar as contas do clube, deixando a conta a pagar para seus sucessores? É a ética que proíbe políticos em fim de mandato assumir compromissos que possam prejudicar o ente administrado. Todos queremos um estádio para o Flamengo, mas que seja com responsabilidade administrativa”, escreveu.
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