Desculpem o clichê, mas Zico foi cantado (e escrito) em verso e prosa. Foi também mostrado em película e na TV. Zico é parte da cultura, não só rubro-negra, mas brasileira e mundial. Jorge Ben, bem como Moraes Moreira e Eduardo Monsanto, Zico inspirou e fez parte de obras de arte.
Com seus gols de falta milagrosos, dribles no espaço de um lenço, mas principalmente seu espírito flamengo, Zico evocou a sensibilidade de poetas, cronistas, músicos, cineatas e muito mais. Na matéria a seguir, confira dez obras de arte que fizeram jus ao talento do Galinho.
Leia Mais: Zico 70 anos: dez jogos nota 10 do Galinho
1. Camisa Dez da Gávea – Jorgen Benjor
O inventor do samba-rock, principalmente o gênio do balanço. Sem ele, não existiria o som pop jovem brasileiro. Jorge Ben foi o cara que injetou brasilidade no rock de Chuck Berry, mas também dos Beatles. Pense em uma banda de rock brasileira e poderá encontrar a influência de Jorge Benjor.
Rubro-negro de coração, Benjor cantou o Flamengo e cantou Zico. Camisa Dez da Gávea, que faz parte do álbum fundamental Àfrica Brasil (1976), é uma obra prima do sambalanço. Nos seus versos, aliás, é possível ver Zico em campo. Poucas vezes, poeta e jogador combinaram tão perfeitamente.
2. Saudades do Galinho – Moraes Moreira
Outro rubro-negro de quatro costados, Moraes Moreira traduziu com perfeição o sentimento de desamparo que todo torcedor do Flamengo sentiu quando Zico foi embora para a Udinese, em 1983. Os três versos iniciais da canção cantam: “E agora como é que eu fico; Nas tardes de domingo; Sem Zico no Maracanã!”
A verdade é que não ficamos. Sem o Galinho, o Flamengo viu o Fluminense ser tricampeão estadual, mas também campeão Brasileiro entre 1983 e 1985. Coincidência ou não, quando ele voltou em 1986, o Fla foi campeão Estadual mas, principalmente, um ano depois, venceu a Copa União 1987.
3. Gol Anulado – João Bosco
Mesmo um vascaíno como Aldir Blanc reconhecia a genialidade, mas também a capacidade poética do craque rubro-negro. Essa maravilha bem-humorada de 1976 não seria aceita nos tempos politicamente corretos de hoje. A narrativa da mulher que apanha do marido vascaíno por revelar seu amor ao Flamengo após um gol do Galinho não ia cairia bem. Mesmo assim, vale a menção.
4. Samba Rubro-Negro – João Nogueira
Em 1954, ano da conquista do segundo tricampeonato estadual do Flamengo, Wilson Batista compôs essa obra prima do cancioneiro brasileiro, mas também do rubro-negrismo. Lá pelo meio da letra, o sambista homenageou os craques daquela geração: Rubens, Dequinha e Pavão.
Todo torcedor do Flamengo sabe que as decadas de 1960, mas também a metade da década de 1970 foram anos difíceis para o clube. Por isso, em 1979, quando o time de Zico conquistou o tricampeonato, João Nogueira precisou mudar aquela parte da letra. Colocou Zico, Adílio e (Cláudio) Adão. Claro que o último só entrou por causa da rima.
5. 1981, o ano rubro-negro – Eduardo Monsanto
Provavelmente o relato mais completo da formação, desenvolvimento e explosão da maior geração de jogadores que o Flamengo já formou. Eduardo Monsanto conversou com quase todo mundo e fez um retatro impressionante de um time que segue nas cabeças de todos os torcedores rubro-negros. Zico, que foi o líder técnico e moral daquele esquadrão, está no centro da narrativa. Imperdível. Compre aqui.
6. Me Arrebata (Volume Dois) – Epopeias Rubro-Negras – Maurício Neves de Jesus e Renato Dalmaso
São três livros imperdíveis. Contam a história do Flamengo da fundação ao time de Jorge Jesus. O segundo livro foca na geração de ouro dos anos 1980. Com ilustrações inacreditáveis, é uma peça de cpolecionador para todo rubro-negro, mas também para todo fã de futebol. Zico está na capa, mas também está no centro da história. Compre aqui.
7. A História de Todos os Gols de Zico – Bruno Lucena, Marcelo Abinader, Mário Helvécio
Em um incrível esforço de pesquisa, os autores conseguiram levantar todas as vezes que Zico balançou as redes. Seja como amador, seja como profissional. O resultado final é um poderoso instrumento de pesquisa, mas principalmente um apaixonante relato do surgimento, desenvolvimento e consolidação do maior jogador surgido no Brasil depois de Pelé. Compre aqui.
8. Mengo, Uma Odisseia no Oriente – Carlos Eduardo Novaes
Quatro malucos resolveram se despencar do Rio de Janeiro para ver o Flamengo ser campeão mundial em Tóquio, Japão. Dinheiro, nenhum. Passagem de aviuão? Nem pensar. Nessa ficção deliciosa, Carlos Eduardo Novaes conta como a paixão pelo Flamego provoca loucuras. Aquele time de Zico muito mais. Compre aqui.
9. Uma Aventura do Zico -Antônio Carlos da Fontoura
Não vamos fingir que trata-se de uma grande obra cinematográfica, mas está na lista porque Zico é o protagonista e dá um show de interpretação nessa comédia perfeita para a Sessão da Tarde. O Galinho interpreta a si mesmo, um ex-craque do Flamengo, mas também o seu clone aloprado. Imperdível.
10. Zico – Elizeu Ewald
Esse documentário de 2002 conta a história de Zico desde a infância em Quintino. Conta com dramatização de cenas da infância e juventude do craque antes de chegar ao Flamengo. Foi lançado também no mercado japonês, onde Zico virou ídolo ao ser peça fundamental para a popularização do futebol.