Ídolo máximo da torcida do Flamengo, Zico participou de evento nessa terça-feira (26), em Brasília. Após palestra no projeto Empreendedor do futuro, do Sebrae-DF, o Galinho falou com exclusividade ao repórter Marcos Paulo Lima, do Blog Drible de Corpo, no Correio Brasiliense. Entre os diversos assuntos, o eterno camisa 10 falou sobre a pressão que o atual técnico do Flamengo está sofrendo.
Zico criticou a cultura do futebol brasileiro, que exige resultados rápidos: “O Guardiola seria mandado embora aqui no Brasil. O Alex Ferguson não ganhou nada no início. Não existe isso no Brasil. Há imediatismo.”
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Sobre Paulo Sousa, o Galinho disse que apoia a continuidade do trabalho, mas afirmou que infelizmente tudo depende dos resultados: “Se o Paulo Sousa não ganhar… É o caso do Renato. Todo mundo elogiava que o Flamengo estava metendo 7, 6, 5. Não ganhou título e o próprio Flamengo derrubou o Renato. O próprio Flamengo! Jogando bem. Eu era a favor que ele continuasse. Como fui em relação ao Rogério Ceni. Ele era campeão.”
Zico olhou a sua própria história no Flamengo para exemplificar que a cultura de imediatismo existe há décadas: “Isso eu vi acontecer com o Paulo César Carpegiani. Ele ganhou Libertadores, Carioca, Mundial, o Brasileiro do ano seguinte. No primeiro momento em que ele estava mal, foi embora. É a cultura. Infelizmente, é uma cultura ruim. Não é cultura de trabalho, organização, é de imediatismo.”
Ainda sobre o tema, o Galinho comentou sobre a relação do Departamento de Futebol com as torcidas organizadas. Perguntado se o clube deve permitir que torcedores se reunam com jogadores e comissão técnica, o Galo foi claro: “Não, nunca, claro que não. Imagina se você trabalha no banco, aí eu vou lá pedir reunião porque o meu juros está muito alto. Você vai permitir isso? Por que tem que fazer reunião no futebol? Você vai ao meu trabalho encher o saco! Alguma coisa tem por trás disso. Eu não considero essas pessoas torcedores.”