O dia 1º de janeiro marcou cinco anos de Rodolfo Landim na presidência do Flamengo e o início do último ano de mandato. O clube teve grande salto financeiro e conquistas no campo durante os cinco anos com o mandatário, mas a gestão também acumula decisões polêmicas e críticas da torcida.
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Após começar seu primeiro mandato com o ano histórico de 2019, Landim não conseguiu manter a aprovação da maioria da torcida. O presidente tem decisões polêmicas, principalmente na relação com os próprios torcedores e na condução do futebol. Assim, deixou de ser unanimidade e começa seu último ano como alvo de muitas de críticas.
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Landim não é criticado somente pelos resultados do futebol, mas também pela sua relação com ídolos e história do Flamengo. Nesta terça-feira (2), o presidente não compareceu ao velório do histórico massagista e ídolo do clube Denir, na Gávea. A decisão gerou revolta dos rubro-negros nas redes sociais, que apontam que era obrigação do presidente estar presente.
Outras decisões também geraram muita polêmica desde que Rodolfo Landim assumiu o clube. Veja as principais:
Limitação de sócios Off-Rio
Uma das maiores polêmicas do mandato de Rodolfo Landim é a relação do Flamengo com seus sócios Off-Rio. Em 2020, durante a pandemia e Covid-19, o clube aumentou a mensalidade para a categoria em 165%. O valor saiu de R$ 64 para R$ 170 e estima-se que 50% dos sócios deixaram o programa.
Em seguida, maio de 2023, o Conselho Deliberativo do Clube decidiu manter o limite de mil sócios para a categoria e gerou revolta nos torcedores. Afinal, o Rubro-Negro é o clube de maior torcida do país justamente por ser nacional e possuir grande número de torcedores em todas as regiões do Brasil.
Contudo, Landim foi um dos que discursou a favor da limitação e prometeu emenda para o tema não voltar a ser debatido. Vice-presidente geral e possível candidato à presidência no fim de 2024, Rodrigo Dunshee acompanhou as falas do mandatário.
O Flamengo também divulgou nota oficial logo após a repercussão negativa para afirmar que os Off-Rio são “mais que bem-vindos”. No entanto, defende que sejam no máximo 20% do quadro e sócios e sugere que os torcedores escolham outras categorias de sócios caso o limite seja atingido.
Para ser Off-Rio do Flamengo, o rubro-negro precisa ter no mínimo 18 anos e morar a mais de 100 km de distância dos limites da cidade do Rio de Janeiro. O plano tem mensalidade menor e concede praticamente as mesmas vantagens do sócio contribuinte.
Mas vale ressaltar que o clube não aceita votos à distância em suas eleições. Ou seja, os torcedores precisam se deslocar até a cidade para aproveitarem a maioria dos benefícios recebidos pelo plano Off-Rio, que incluem também acesso à sede.
Perseguição aos sócios
A gestão de Rodolfo Landim tomou decisões polêmicas não só com os os sócios Off-Rio. No fim de 2023, o sócio do clube e jornalista Túlio Rodrigues foi punido por ofender um aliado do presidente. Ele foi suspenso do clube por 60 dias, além de perder o direito de participar da próxima eleição.
Túlio chamou o presidente do Conselho Deliberativo do Flamengo, Antônio Alcides, eleito com apoio de Landim, de “frouxo”. Isso porque ele aceitou que o clube lançasse uma versão da camisa número três diferente da aprovada pelo Conselho em 2022. No fim, o Manto voltou para votação e sequer estreou no ano.
O clube puniu também o youtuber Rafael Cotta. Após filmar reação constrangida do presidente durante vaias no Maracanã, ele foi proibido pelo clube de frequentar o setor Maracanã Mais em jogos do Mais Querido.
Aproximações políticas
Landim mantém muitas relações muitas relações políticas como presidente do Flamengo. Durante sua gestão, o clube concedeu títulos de sócios honorários para nomes da política brasileira. Na sessão mais recente, foram títulos:
- Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados
- Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal
- Otávio Henrique Menezes de Noronha, presidente do STJD
- Daniela Rodrigues Teixeira, ministra do STJ
De acordo com o estatuto do Flamengo, sócio honorário é alguém que prestou serviços ao Flamengo ou ao esporte nacional. Mas o clube não oficializou o motivo para agracia-los com o título de honorários.
A homenagem mais polêmica foi em 2020, quando a lista de homenageados incluiu assessores próximos do então presidente Jair Bolsonaro, entre eles o tenente-coronel Mauro Cid. Ele é autor de uma delação premiada que admite participação em crimes e cita o ex-presidente.
Sócios honorários recebem o direito de usufruir das dependências do Flamengo. Por outro lado, é proibido de participar das eleições como candidato ou eleitor.
Landim defende criação de SAF no Flamengo
Muitos clubes brasileiros se tornaram Sociedade Anônima de Futebol (SAF) nos últimos anos para escaparem das dívidas. O Flamengo, no entanto, tem a melhor saúde financeira do país e não precisa vender para ter as contas em dia e realizar grandes investimentos. Mas Landim segue um entusiasta da criação de uma SAF.
O presidente passou a relacionar a criação de uma empresa com a viabilização da construção de um estádio. Membros da oposição, por outro lado, acreditam que o clube tem condições financeiras para construir com seus próprios recursos. Assim, a tentativa de Landim seria uma manobra para se perpetuar no comando do clube.
A ideia do mandatário rubro-negro é vender apenas parte do futebol, algo similar ao Bayern de Munique e ao Fortaleza. A decisão separaria o futebol do clube social, o que permitiria ao presidente permanecer no comando apesar do último mandato previsto no estatuto. Em entrevista recente, ele admitiu a possibilidade de ter um cargo na SAF.
“Dependerá das regras de governança. Os sócios do Flamengo podem preferir que o presidente acumule o cargo e presida a SAF. Ou que ele ajude a apontar, por exemplo, um profissional selecionado no mercado para a função. A decisão seria dos sócios”, afirmou.
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Condução do futebol
O Flamengo conquistou um total de 11 títulos até o momento na gestão de Landim: duas Libertadores, dois Brasileiros, duas Supercopas, Recopa, Copa do Brasil e três Cariocas. No entanto, as decisões do presidente alimentaram insatisfação nos torcedores ao longo dos anos, e ele terminou 2023 como principal alvo das críticas da torcida pela péssima temporada.
Desde a saída de Jorge Jesus, técnico em cinco dos 11 títulos da gestão, o Flamengo já contratou oito treinadores diferentes. Apesar de vencer todos os títulos importantes no período, a diretoria ficou marcada por planejamentos ruins em praticamente todos os anos e a necessidade de mudanças durante a temporada.
Landim confia a Marcos Braz, vice de futebol, e ao diretor executivo Bruno Spindel a responsabilidade de liderar o futebol. No entanto, apesar de decisões controvérsias e muitas críticas dos torcedores, o mandatário minimiza a influência da dupla nos erros e não atende pedidos por mudanças na pasta.
A escolha dos técnicos certamente é a maior polêmica. Nas últimas quatro temporadas, o Rubro-Negro teve no comando: Domènec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho, Paulo Sousa, Dorival Júnior, Vitor Pereira, Jorge Sampaoli e Tite. Todos possuem estilos muito diferentes e expõem falta de critério dos dirigentes.
A temporada de 2023 mostrou não só os erros na contração de treinadores, mas também dificuldade em lidar com crises. O time teve grande queda após auxiliar de Sampaoli agredir Pedro com um soco, mas Braz e Spindel optaram pela manutenção do técnico.
Os resultados geraram eliminação na Libertadores, vice na Copa do Brasil e posição ruim no Brasileiro. No fim do ano, após perder a final nacional, o Fla contratou Tite para liderar projeto de 2024.
Rodolfo Landim é cobrado por mais profissionalismo no futebol do Flamengo. Contudo, defende as decisões de Braz e Spindel e não cogita trocas. Outros alvos de críticas após as polêmicas de vestiário, Fabinho Soldado e Juan também seguem com prestígio do presidente.
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