Quatro questões sobre a derrota deste domingo para o Corinthians

Quem machucou Tite e deixou ele assim?

Muito do nosso comportamento na idade adulta tem a ver com experiências que vivemos na nossa infância. É aquela falta de atenção que te deixa desconfiado, é aquele abandono que te deixa inseguro, é aquele pote que caiu na sua cabeça quando você era pequeno e agora você tem leves crises de ansiedade sempre que passa perto de uma prateleira de Nescau no mercado. 

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E pode ser que seja daí que venham as questões que hoje afligem o treinador Tite. Uma torcedor do Vitória agrediu Tite e hoje ele é contra vencer? Um atleta da base do Caxias pisou num brinquedo de Adenorzinho e por isso ele não usa os pratas da casa?

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A primeira namorada de Tite era muito parecida com o jogador Allan, e por isso ele segue insistindo no que parece ser um dos piores volantes que o torcedor rubro-negro já viu? Porque sinceramente, chegamos num ponto que burrice e cabeça-dura já não justificam, precisamos sim estar lidando com algum tipo de trauma pra isso fazer sentido. 

David Luiz sabia que o jogo de hoje estava valendo?

Com 37 anos de idade e quase 20 anos de carreira, seria de se esperar que David Luiz soubesse diferenciar um jogo oficial de uma brincadeira em família ou de uma partida beneficente. Tem cabine do VAR? É jogo oficial. Tem o MC Guimê em campo? É partida beneficente. É num estádio com logo de competição? É jogo oficial. É no seu sítio, com seus afilhados? Tende a ser brincadeira.

São marcadores claros, são sinais bem visíveis, e se imaginaria que um atleta experiente como ele fosse conseguir diferenciar, até com certa facilidade, os diversos tipos de situação.

Por isso acaba ficando bem complicado entender porque, nos dois gols da equipe corinthiana, David Luiz se comportou com a seriedade de quem estava marcando Eri Johnson num jogo das estrelas, cortando um passe do seu primo num bobinho da família durante um feriado. Dois erros capitais, duas falhas bisonhas, e com isso mais três pontos foram jogados no lixo pela equipe rubro-negra.

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Cleiton e Carbone estão envolvidos com drogas?

O que andam fazendo nossos zagueiros da base? Estão nossos meninos cheirando loló no banco? Comendo pão com MD? Bebendo cola de sapateiro como se fosse Gatorade?

Porque só isso justificaria a decisão de Tite de, diante da necessidade de tirar David Luiz de campo – não foi por opção própria, claro – colocar não um dos dois jovens zagueiros que estavam disponíveis, mas sim recuar Léo Ortiz, que fazia uma partida razoável, e colocar em campo ele, o nefasto, o maligno, o representante legal da ruindade no Brasil, o volante Allan.

Que obviamente entrou mal, que evidentemente errou tudo que tentou, que, como qualquer um poderia prever, já chegou tomando um cartão amarelo por pura afobação e passou o resto do tempo perambulando sem rumo pelo gramado, um verdadeiro espírito obsessor cuja obsessão é errar. Basicamente o Alexandre da novela “A Viagem” se ele jogasse um pouco menos de bola.

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O que é Guillermo Varela?

Desde Paolo Guerrero, o atacante que sabia fazer tudo, menos gol, o Flamengo parece ter se apaixonado pela ideia do jogador que é capaz de realizar várias atividades, menos a atividade básica que se espera dele.

É o goleiro que é muito bom, só não usa legal as mãos, é o meia de criação que é excelente em tudo, menos em criar, até que chegamos nele, Varela, o lateral que não sabe cruzar e não faz ultrapassagem, mas tudo bem, porque ele é um atleta mais defensivo, só que infelizmente ele também não sabe defender.

E hoje, mais uma vez, Varela foi um dos pontos fracos do time. Tecnicamente indigente, taticamente burro, incapaz de subir pra atacar, absolutamente desqualificado na marcação, a única explicação pra que Varela seja titular da seleção de seu país é a total ausência de outros jogadores da posição nascidos em solo uruguaio e a única explicação pra que ele seja titular do Flamengo é que nós todos morremos e isso aqui é o purgatório. Mais do que um lateral ruim, Varela é a nossa ilha de Lost.

João Luis Jr. é jornalista, flamenguista desde criança e já viu desde Walter Minhoca e Anderson Pico até Adriano Imperador e Arrascaeta, com todas as alegrias e traumas correspondentes. Siga João Luis Jr no Medium.