MRN Informação | Bruno Guedes – Em entrevista ao jornalista Mauro Cezar Pereira, no portal Uol, o técnico Rogério Ceni explicou os motivos de ter colocar William Arão como zagueiro. Chamando a mudança de “drástica”, o treinador do octa afirmou que precisava vencer. Contudo, segundo ele, esta decisão foi a sua maior virtude à frente do Flamengo até agora.
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De acordo com Ceni, a alteração tática veio por uma necessidade. Contando com vários chamados “camisas 10” no time, sua decisão passou pela proposta de jogo. Entretanto, o treinador afirmou que a forma como os adversários jogam contra o Flamengo pesou na escolha de colocar William Arão como zagueiro:
“O que eu pensei naquele momento: eu preciso ganhar os jogos. Eu preciso ter construção de jogo. Todo mundo vem contra o Flamengo, ou quase todo mundo, da linha do meio de campo para trás. pressionando só a saída de bola, depois baixa. O Diego não tem o poder de marcação que o Arão tem, que o Cuellar tinha. De marcação mais forte. Mas o que ele te oferece durante 70, 65% do tempo. (Durante esse período) nós temos a bola”, explicou.
Segundo o treinador, jogar sem volante não foi uma escolha fácil. Apesar disso, a recomposição não foi afetada justamente pelo conjunto coletivo da ideia de jogo do Flamengo:
“Eu tenho que pensar, logicamente, que os outros 25, 30% são muito importantes na recomposição. Mas eu tenho que pensar também que o todo tem que ter recompor, o todo tem que marcar. Mas durante aquele dois terços do jogo eu vou ter a bola. Eu tenho que fazer as coisas acontecerem. E com Diego nessa função, acho que conseguimos fazer mais coisas boas que se tivesse mantido um sistema tradicional de jogo”, afirmou Rogério.
Rogério Ceni afirma que não chegou ao ponto ideal do estilo de jogo
Quando questionado sobre o estilo de jogo do Flamengo, Ceni foi enfático em afirmar que gosta dessa proposta sobre os adversários. Contudo, ponderou que isso afeta também outras partes da equipe:
“Eu tive poucos minutos de Rodrigo Caio e Arão juntos, tá? Eu gosto desses dois jogadores. Acho que a gente perde um pouco de jogo aéreo, mas gosto muito dessa formação com os dois. Temos o Bruno (Viana) que chegou agora. Temos o Léo (Pereira) que lembro dos tempos de Athletico-PR, jogador de construção de jogo, canhoto. O Gustavo Henrique, que se recuperou na reta final. Mas eu prefiro um time que eu consiga construir do goleiro até o homem de frente”, disparou o técnico.
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Sobre em que estágio está essa proposta de jogo, o treinador declarou que ainda não no ponto que considera ideal. Mas, afirmando que não tem um sistema definido, disse que utilizou os jogadores de acordo com as características de cada um:
“Eu não tenho um sistema de jogo definido. Eu não vou lugar e “vou jogar dessa maneira”. Aqui (no Flamengo) tenho bons jogadores. Mas, quando tenho bons jogadores, quero colocá-los o máximo reunidos para poder jogar”, finalizou.