O Flamengo enfrenta o Fluminense neste domingo (27) pela quarta vez na temporada. Após Abel Braga deixar o cargo no fim de abril, o Tricolor das Laranjeiras passou a ser comandado por Fernando Diniz. Apesar do pouco tempo de trabalho, o novo técnico busca implementar seu jogo.
Em sua segunda passagem, Diniz segue o início de sua trajetória no clube de forma invicta.
Além da vitória sobre o Oriente Petrolero por 10×1, a equipe venceu o Fortaleza, Athlético-PR, Vila Nova e o Júnior (COL). Longe de seus domínios, empatou com o Palmeiras e o Unión Santa Fé.
Apesar dos ótimos resultados, o Fluminense apresentou um desempenho oscilante no período. Aqui vamos buscar entender como os comandados de Diniz atacam e se defendem, bem como buscar avaliar pontos fortes e vulnerabilidades.
Leia mais: Análise semiquantitativa entre Vidal e os volantes do Flamengo
Estrutura tática básica de Diniz
O Fluminense vem usando como estrutura base o 4-2-3-1. No meio de um calendário cheio de jogos, Diniz vem alternando muito os nomes em suas escalações. Ainda não conseguiu repetir a mesma equipe em nenhuma oportunidade. Porém, alguns nomes já podem ser consideradores titulares.
Com exceção da vitória na Bolívia contra o Petrolero, Diniz abdicou da formação com três zagueiros, adotada por Abel Braga no início da temporada. Com isso, a dupla Nino e David Luiz se consolidou como principais referências do setor defensivo.
No meio-campo, André e Ganso são figuras muito utilizadas por Diniz. O volante tem papel importante na saída de bola, por vezes auxiliando os zagueiros. Já o camisa 10 vem recebendo liberdade para flutuar próximo aos volantes, como também chegando mais próximo do gol.
No ataque, Cano é atualmente o principal jogador da equipe em 2022. Com gols importantes, foi indispensável nas vitórias tricolores até aqui. De saída para o Bétis no meio do ano, Luiz Henrique vem encerrando seu ciclo no Fluminense alternando bons jogos e partidas discretas.
Como ataca o Fluminense de Diniz?
Um dos princípios que mais chamam atenção nos trabalhos de Diniz já começa a fazer repertório do Flu: a concentração de jogadores no centro do jogo. Como meias e laterais muito próximos buscando acionar o ataque.
Com movimentos de apoio e de ataque a profundidade, tanto o meio de campo quanto o ataque tricolor buscam verticalizar bastante o jogo partindo de regiões mais distantes do gol. Cano é a peça ofensiva da equipe mais acionada nesta condição.
Além disso, os lançamentos partindo dos zagueiros e volantes para o ataque é outro padrão que vem se mostrando recorrente na equipe. Seja em organização ofensiva ou em transições ofensivas apoiadas.
Confira a análise do último jogo do Mengão: Análise: A estranha vitória do Flamengo sobre o Sporting Cristal
Como se defende o Fluminense de Diniz?
Sem bola, além da formatação em 4-2-3-1, a equipe utiliza o 4-1-4-1. A ideia visa proteger os corredores laterais com a recomposição dos ponteiros. Encaixes individuais por setor são identificados na última linha defensiva.
A pressão é realizada em bloco médio/baixo variando sua altura com a posse adversária. Em alguns momentos os volantes sobem pressão buscando constranger a posse adversária, mas na maior parte do tempo a equipe se perfila para proteger a profundidade.
A equipe conseguiu de defender de forma satisfatória em alguns jogos. Contudo, nos confrontos contra Palmeiras e Fortaleza, sofreu bastante para proteger os espaços às suas costas. Deixando seus adversários acionarem o ataque em bola descoberta.
Um outra vulnerabilidade está na bola área. Todos os gols que a equipe sofreu com Diniz neste período foram desta origem. Problemas nos duelos na grande área e as dificuldades para cobertura do corredor lateral por Luiz Henrique foram constatados.
Balanço geral e perspectivas para o clássico
Mesmo com uma amostragem de bons desafios, o trabalho de Diniz ainda é bastante embrionário.
Sem tempo para treinamentos, a equipe ainda possui muitos mecanismos já estabelecidos no início da temporada com Abel Braga.
Não deixe de ler: Análise: a estranha vitória do Flamengo sobre o Sporting Cristal
Como por exemplo, o comportamento da equipe em organização ofensiva e defensiva, a postura sem bola mais conservadora e menos agressiva para pressionar a posse adversária a verticalidade da equipe com bola.
Projetando o duelo contra o Flamengo, o cenário segue parecido com o dos últimos clássicos. Enquanto o Mengão terá mais a posse e eventualmente maior volume ofensivo, o Fluminense buscará proteger sua profundidade e atacar buscando romper a defesa rubro-negra de forma vertical.
Assim como em quase todos os duelos nos últimos anos, o Flamengo é favorito para o confronto. Porém, esse favoritismo hoje é bem menor que o de tempos atrás. Tanto por conta do atual nível de jogo do Fluminense, quanto por conta do trabalho de Paulo Sousa e toda equipe de futebol.
Siga Douglas Fortunato no Twitter.