O início do trabalho de Vitor Pereira no Flamengo passou por dois golpes bem duros. As eliminações para Palmeiras e Al Hilal das duas primeiras competições do ano ilustraram alguns dos problemas táticos do treinador português. Vamos entendê-los melhor.
Com Vitor Pereira, Flamengo circula demais a bola pelo lado
Começando pela parte ofensiva, a saída de bola rubro-negra é um ponto que ainda precisa melhor desenvolvimento. A equipe varia bastante a saída sustentada com a saída de três baixando um dos volantes. Nas duas formatações, há dificuldade para preencher o meio-campo.
Muito por conta pela falta de jogo interior (ou seja pelo centro do jogo). Muita circulação lateral sem progressão no campo. Isso acontece tanto pelos zagueiros que não identificam os volantes por dentro, bem como pela falta de apoio no setor.
Outro problema claro é o exagero nas ligações diretas para iniciar as construções ofensivas. Dado a dificuldade que equipe ainda tem para se associar de forma mais curta, as inversões buscando os laterais em amplitude tornaram-se recorrentes e em situações forçadas.
O fundamento pode ser muito bem aproveitado em determinadas circunstâncias do jogo. Todavia, se torna previsível e pouco efetiva quando é usada sob pressão e sem outras opções para avançar com bola.
Sem bola, Flamengo de Vitor Pereira ainda é muito passivo
Passando para os problemas defensivos, a princípio chama muito à atenção a dificuldade da equipe em pressionar a saída de bola adversária. A opção por ter um ataque formado por Gabi, Arrascaeta e Pedro é muito bem-vinda, contudo precisa de compensações.
O trio não consegue pressionar com efetividade os zagueiros adversários com bola. Assim, sem os encaixes individuais de João Gomes e do próprio ER7 no modelo de Dorival, a equipe fica exposta quando o opositor entra em segunda fase de construção.
Além de vencer com facilidade a primeira linha de marcação rubro-negra, os adversários vem conseguindo construir com naturalmente próximo à grande área do Mengão. A opção por se defender em zona requer maior tempo para compreensão de movimentos para ocupar espaços.
Por exemplo: o timing dos volantes em subir pressão e proteger o entrelinhas. Assim como a proteção do lado do campo. Sem auxilio do trio de frente, os laterais precisam cobrir o espaço e sofrem dobras. Logo, facilita os ataques adversários.
Vitor Pereira precisa de tempo para se provar no clube
Enfim, muitos dos problemas encontrados na equipe estão correlacionados com o pouco tempo de trabalho de Vitor Pereira. Com menos de um mês no comando técnico, é muito difícil aperfeiçoar diversas regras de ação que claramente estão estabecidas pelos jogadores.
Problemas de execução que fazem parte do processo. Cabe ao português mitigar os problemas e encontrar soluções para acelerá-lo. Bem como a diretoria deve respaldar o trabalho enquanto ele apresentar margem para evolução. O que certamente é o caso.
PACIÊNCIA NAÇÃO!
Siga Douglas Fortunato no Twitter.