Nessa segunda-feira (18), Caio Ribeiro esteve no Charla Podcast. O ex-jogador contou algumas resenhas dos tempos de Flamengo durante o bate-papo no programa. Uma dessas foi o inesquecível dia em que Caio precisou sair da sua posição de atacante para defender o gol rubro-negro.
Na ocasião, Flamengo e Gama empatavam em 1 a 1 pelo Campeonato Brasileiro de 1999. Aos 34′ do segundo tempo, o goleiro Clemer foi expulso. Acontece que Carlinhos já havia feito todas as três substituições possíveis na época. Ou seja, para terminar o jogo, o Flamengo precisava improvisar.
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Caio Ribeiro fez história ao ser o primeiro jogador de linha do Flamengo a assumir o gol durante uma partida. E o atacante fez a função com muita segurança. Durante entrevista ao Charla, Caio explicou porque o escolheram para ser o goleiro naquele jogo.
“Era o goleiro do ‘rachão’ do Flamengo, que é o dois toques que tem na véspera do jogo, hoje nem tem mais em alguns clubes. Essa brincadeira era para dar uma liberada, não exigir da musculatura. Eu sempre ia para o gol e, modéstia à parte, pegava bem. Me virava bem, era bom no gol, saía do gol, era meu time contra o do Romário sempre”, contou.
O atual comentarista da TV Globo revelou que o Baixinho foi o responsável por determinar que Caio iria para o gol. “Eu nunca imaginei uma situação dessa. Veio um, dois, três, eu dizia que não. Queria fazer o gol da vitória. Aí vem o Romário: ‘Tem que ser você’. Na hora que o Romário falou, não tinha como dizer não”.
Nação foi a loucura com atuação de Caio Ribeiro
Apesar de se sentir inseguro no começo, Caio deu conta do recado. Naquela época, com apenas 24 anos, o atacante garantiu o empate em Brasília e levou a Nação ao delírio.
“Na hora que cheguei no jogo, parecia que eu tinha diminuído 10 centímetros, e os caras perceberam. Na primeira bola, o cara chuta lá do meio de campo. Foi a melhor coisa que aconteceu. Ela veio em cima, eu peguei, aí o estádio começa: ‘Caio! Caio!’. Aí já pensei: ‘Não vai passar nada!’ Cada chute, cada defesa, era: ‘Caio! Caio!’. Eu não tomo o gol, acaba 1 a 1. E eu falo para todo mundo que foi a semana perfeita da minha carreira”, relembra.
Era o que Caio Ribeiro precisava para cair nas graças da torcida. Após fazer história, o jogador voltou ao Rio para um compromisso contra o São Paulo. Ele fez o gol da vitória e ganhou um canto carioso da Nação Rubro-Negra no Maracanã.
“Chegamos no aeroporto e os caras amaram. No meio da semana tinha Flamengo x São Paulo no Maracanã. Eu começo no banco. O São Paulo amassava o Flamengo. Aos 15′ do segundo tempo, a torcida começa a me pedir. Eu entro, o Beto bate a falta, no primeiro toque na bola eu faço o gol de cabeça. Flamengo 1, São Paulo 0. Aí começa: ‘Ão, ão, ão, o Caio é Seleção!’ e depois o: ‘Aí não vale, o Romário é Pitbull e o Caio é Rottweiler'”, relembra.
Relembre passagens de Caio pelo Flamengo
Revelado na base do São Paulo, Caio Ribeiro esteve no Flamengo pela primeira vez entre 1998 e 1999. O atacante chegava a Gávea com muita expectativa. Afinal, antes do acerto com o Mais Querido, Caio teve uma passagem vitoriosa pelo futebol italiano. Ele chegou a ser eleito o melhor jogador sub-20 do mundo em 1995, três anos antes de chegar ao Mengão.
No entanto, Caio não conseguiu se firmar como titular e entrava ao decorrer do jogo. As atuações do atacante, por outro lado, sempre ganhavam elogios da torcida, ainda que com poucos minutos em campo. Até que Caio recebeu mais oportunidades com a saída de Romário, em novembro de 1999.
Sendo titular e com gol na final, o ex-atacante foi personagem decisivo na conquista da Mercosul daquele ano sob o Palmeiras. Antes, Caio Ribeiro já havia conquistado uma Taça Guanabara e um Campeonato Carioca.
Ele esteve no Santos e Fluminense, até voltar ao Flamengo em 2002. Dessa vez, uma passagem totalmente sem brilho, sem gols e sem títulos em apenas oito jogos disputados. Caio Ribeiro defendeu o Manto Sagrado em 91 partidas no total e balançou as redes 17 vezes.