Não é incomum a história de jogadores que precisam de acompanhamento psicológico e passam por momentos difíceis na carreira. A adaptação a um novo clube é sempre difícil e a pressão sobre alguns atletas acaba atrapalhando e minando o potencial d evolução desses jogadores. Michael no Flamengo foi um exemplo claro disso, mas Everton Cebolinha, para citar um personagem atual também passou por dificuldades.
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Ao GE, Everton Cebolinha comentou o momento difícil que viveu no Rio de Janeiro e deu importante depoimento sobre a saúde mental de jogadores. O atleta diz que a cabeça começou a fraquejar em Portugal, logo após a pandemia de Covid-19. Ele explica o que o fez ter problemas.
➕Fiorentina quer Cebolinha e Flamengo dá resposta categórica
“Foi principalmente logo após a pandemia, quando eu fui para Portugal, onde eu tive muita dificuldade, a mudança de cultura, e por estar no meio de uma pandemia também. Eu passei muita dificuldade lá. Na época, era só eu e minha esposa, e meu filho que era recém-nascido, o Pedro e a Sofia. Então era muito difícil pra nós. Acabei tendo momentos de oscilação e optei por procurar ajuda por fora. Minha esposa sempre me incentivou muito”, inicia.
Cebolinha fala de cobrança exacerbada a jogadores
“Eu tinha esse tabu de achar que não era necessário, não precisava. Mas nós jogadores somos cobrados desde cedo, desde muito cedo. E eu saí de casa com 16 anos a primeira vez para morar sozinho num alojamento. Isso traz alguns traumas que você acaba não percebendo, mas em algum momento da sua vida isso vai vir à tona. A cobrança diária, a gente sabe que é muito difícil para um atleta de futebol, e o atleta não está preparado para isso. Hoje em dia esse tabu foi quebrado. Eu costumo dizer assim: eu tenho me preparado dessa forma, isso tem me ajudado muito, então aconselho muitos que isso é muito importante”, conta.
A volta por cima de Everton Cebolinha
O atacante precisou se reinventar, mas está conseguindo dar a volta por cima no Flamengo. Cebolinha explica a preparação e como tem conseguido virar a chave na carreira para explodir no Rio de Janeiro alcançando seu auge físico.
“Tem sido um momento de aprendizado, principalmente nos momentos mais difíceis, de oscilação. Foi um momento que eu procurei me fortalecer ainda mais, me preparar ainda mais, principalmente no extracampo. A gente sabe da cobrança e da dificuldade que é você vestir a camisa do Flamengo. Tem um peso muito grande, um peso enorme. E você tem que chegar e dar conta do recado, estar preparado já de urgência. E infelizmente nem todos os jogadores são assim, então procurei me preparar nisso também. Hoje eu me encontro muito mais preparado. Estou na minha melhor forma física, melhor forma mental e técnica, e eu tenho conseguido dar conta do recado. Hoje eu me sinto realizado e procuro usufruir de cada momento”, diz Cebolinha.
O atleta também comenta como vem recuperando sua confiança
“Teve momentos de muita dificuldade, que você acaba deixando a peteca cair um pouco, você fica um pouco mais triste, cabisbaixo, que é normal, principalmente numa temporada como a nossa, que são jogos decisivos a todos os momentos, mas em nenhum momento eu duvidei da minha capacidade. Em nenhum momento eu duvidei daquilo que eu vim fazer aqui no Flamengo. Não é a toa que eu escolhi o Flamengo e o Flamengo me escolheu. Quando eles foram me buscar lá em Portugal, eu não pensei duas vezes. Houve o primeiro contato no meio da temporada. Eu sabia que era questão de tempo. Alguns jogadores demoram mais que outros, mas hoje, com a sequência e a oportunidade que eu tive, eu pude ganhar essa confiança e corresponder”, explica Cebolinha, antes de encerrar:
“A gente procura estar no nosso máximo, tanto na parte física quanto na parte técnica. Porque a gente sabe da dificuldade. São grandes jogadores. Todos ali da frente têm condição de ser titular. Nesse momento, eu estou titular, assim como os meus companheiros, porque é uma concorrência muito forte. Isso só quem tem a ganhar é o Flamengo e nós mesmos, porque acaba elevando o seu nível, seu nível técnico, seu nível físico, então sempre a gente vai estar nos 100% e só o clube tem a ganhar com isso”, finaliza.
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