Os detalhes da absurda discussão de Marcos Braz com Gabigol, na qual o vice-presidente de Futebol usou argumentos dignos de rivais e ainda lavou as mãos da responsabilidade sobre o gramado do Maracanã, são só a gota d’água. O mau desempenho do Flamengo na temporada e o recente comportamento do dirigente já eram claros sinais de que o tempo de Marcos Braz no Flamengo já passou.
O MRN reuniu uma lista com cinco pontos que mostram que já é hora de o Flamengo abrir mão dos serviços do vice-presidente de Futebol. Resta saber se isso basta para convencer o presidente Rodolfo Landim, para quem Braz ‘não é bom, é ótimo’.
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1- Dá munição para adversários e zoações de rivais
Desde fevereiro, os torcedores do Flamengo estão tendo de ouvir as torcidas rivais transformarem o “Real Madrid, pode esperar a sua hora vai chegar” de Marcos Braz como deboche nas arquibancadas. O momento de euforia exagerada de torcedor depois do tri da Libertadores até poderia ser perdoado, mas o problema é que Braz não aprendeu a lição.
Depois que o time já tinha tido um horroroso início de temporada, sequer se classificando para a final do Mundial, perdendo a Supercopa e a Recopa, Braz dobrou a aposta. Disse que o Flamengo não podia reclamar do sorteio da Libertadores. Resultado: o time não venceu nenhum jogo fora de casa, passou em segundo na chave, teve que decidir no Paraguai contra o Olimpia e acabou eliminado nas oitavas.
2- Não trata o Flamengo como prioridade
Teoricamente, Marcos Braz não está errado de não tratar o Flamengo como prioridade. Afinal, ele é vereador eleito e ganha salário da Câmara Municipal, pago pelo contribuinte. Enquanto isso, seu posto no Flamengo não é remunerado. Entretanto, na prática a carreira política de Braz é uma extensão de sua visibilidade como dirigente. Ou seja, o seu futuro político depende do sucesso em campo.
Isso não impediu, porém, que ele já tenha faltado um jogo do Campeonato Brasileiro para ir ao casamento de um aliado político num sábado à tarde. Também já presidiu uma sessão na Câmara enquanto o departamento de futebol tinha que lidar com as consequências da briga entre Gerson e Varela.
Ele chegou a estudar a possibilidade de se afastar do Flamengo para assumir uma vaga de suplente na Câmara dos Deputados. A vaga, porém, acabou não surgindo. Mas isso é uma demonstração de que o foco de Braz está longe do Flamengo, e como ano que vem é ano eleitoral, a situação tende só a piorar.
3- Promete e não cumpre contratação de reforços
Os tempos do ‘gelo no sangue’ ficaram para trás. Apesar do recorde de receitas no ano de 2022 e no primeiro semestre de 2023, as duas últimas janelas do Flamengo deixaram a desejar. Isso apesar de o Flamengo ter sido o clube que mais gastou no futebol brasileiro.
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No início do ano, o Flamengo perdeu dois titulares da campanha do tri da Libertadores e do tetra da Copa do Brasil, Rodinei e João Gomes. Não contratou nenhum lateral e trouxe Gerson, que não cumpria as funções defensivas de Gomes. A consequência foram muitos gols contra, eliminações e vexames. Isso apesar de Braz ter prometido contratar quatro reforços, um deles um supercraque.
Na janela do meio do ano, a promessa de quatro reforços voltou, e de novo, ficou pela metade. O clube gastou para trazer Allan e Luiz Araújo, mas não trouxe um meia e outro volante apesar de longas e frustradas negociações com o Zenit e o River Plate. Acabou eliminado da Libertadores com os reforços no banco.
4 – Se acha acima do bem e do mal
“Vocês só podem estar de sacanagem, isso é uma palhaçada, são os babacas da Federação. Podem relatar o que estou falando porque não acontece nada comigo.” Com essas palavras, Marcos Braz se dirigiu ao árbitro Graziani Maciel durante um Fla-Flu no Campeonato Carioca, mostrando que acredita estar acima das regras.
O comportamento é parecido com o exibido na discussão com Gabigol. E em outros momentos em que, sempre depois de vitórias, Braz ironiza críticos como se estivesse sempre certo e fosse incapaz de cometer erros. Também aparece em frases infelizes como a declaração homofóbica que ele deu na contratação de Allan.
5- Está acomodado com títulos do passado
Embora o ano de 2023 esteja sendo um desastre, com a final da Copa do Brasil como última boia de salvação após os fracassos no Mundial, no Carioca, na Libertadores, na Recopa e na Supercopa e a enorme desvantagem no Brasileiro, Braz continua se agarrando aos antigos títulos para defender seu trabalho. Nisso, aliás, segue os passos de Landim e do resto da diretoria.
Sem nenhum elemento, quando Sampaoli foi contratado, prometeu “mais um final de temporada melhor que o começo“, como se fosse virtude o Flamengo ter que correr atrás do mau planejamento ao longo da temporada e não disputar para valer o Brasileiro pelo terceiro ano seguido, apesar de ter o maior orçamento do futebol brasileiro. Agora, depende do título da Copa do Brasil para, aos trancos e barrancos, cumprir ao menos esta promessa.
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