“Entrevistei” meu grande amigo Felipe Sanchez, maior conhecedor do assunto Club Athletico Paranaense, sobre o LÉO PEREIRA. O resultado tá aí:
Acredito que o você, Felipe, tenha propriedade para falar sobre o Léo Pereira. Você viu simplesmente TODOS os jogos dele pelo CAP, sendo que os jogados na Baixada assistiu in loco, correto?
Sim, especialmente as duas temporadas vencedoras de 2018/19. Mas já o acompanhava nas passagens pelos quadros de baixo.
Quais eram as principais virtudes que o fizeram ter tanto sucesso no CAP e ser alvo de vários clubes?
O Léo sempre foi muito aplicado taticamente e com uma ótima saída de bola, além do jogo aéreo. Mas seguramente o destaque coletivo do CAP 18/19 potencializou suas atuações individuais.
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No Flamengo, os zagueiros jogam boa parte dos jogos com a linha bem alta e precisam participar do início da construção das jogadas na saída de bola. Acha que isso é um problema pra ele?
Por aqui não era. Por jogar do lado esquerdo, ele costumeiramente fazia a saída de bola com Renan Lodi, que via de regra já progredia o time adiante. Esse primeiro passe, seja curto ou via lançamento, era muito bem feito. Porém em situações onde esse primeiro passe acabe voltando pra ele ter que pensar o jogo um pouco mais, pode ser um complicador.
Como ele se encaixava no sistema defensivo do Tiago Nunes. Ficava menos exposto do que os zagueiros do Flamengo costumam ficar?
Ele pegou um sistema defensivo do CAP muito consolidado, o que o ajudou bastante. Sempre teve parceiros de defesa seguros, que faziam boa cobertura em situações de perigo. A questão do bloco alto pode ter prejudicado, pois seu ponto fraco é justamente o combate no chão e desarme do atacante. Então numa situação de velocidade onde ele precise recompor e combater, fica muito exposto.
Lembra de algum problema disciplinar dele na época do Athletico? Ele demonstrou alguma deficiência no aspecto mental do jogo, especialmente em momentos de pressão?
Zero problema de disciplina. Desde a base ao profissional, nunca se envolveu em polêmicas. Mas sim demonstrou em campo uma fragilidade em momentos de pressão. Eu entendo que ele não pode ser o líder da defesa, e sim precisa de alguem comandando a linha e as ações, pra não se perder.
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Por que acha que não deu certo no Flamengo? Ainda acredita que ele pode dar a volta por cima no clube ou precisa de novos ares?
Eu acho que ele chegou já tendo que jogar e entrou num sistema de defesa em reconstrução com a perda do Marí, diferente do sistema consolidado em que sempre jogou aqui. Além disso, pesa o fato de ter ficado quase 10 anos no mesmo clube, então gera uma acomodação. Mudar isso, ainda mais pra um clube como o Flamengo onde tudo é superlativo, leva tempo e pode ter atrapalhado essa adaptação. Sobre volta por cima, tenho certeza que sim. Ainda tem idade pra imaginarmos que o seu teto de produção ainda não chegou, mas se já estiver mal visto no clube e com a torcida, talvez essa produtividade deva aparecer apenas em outro clube.