Ângela Landim, esposa do presidente do Flamengo Rodolfo Landim, chamou os nordestinos de carrapatos. Ângela é sergipana e possui empreendimentos em Aracaju, como o Hotel Pousada do Sol. A declaração de Ângela contra seu próprio povo é um clichê psicanalítico.
Ângela sabe que, mesmo nos extratos sociais superiores que ela habita, ela jamais deixará de ser nordestina. Todas as piadinhas com sotaque (imagino-a forçando para esconder), com o tamanho da cabeça, todos os estereótipos culturais, fazem com que ela jamais possa ser uma Helena do Manoel Carlos.
Leia também: O Nordeste é Flamengo e o Flamengo é Nordeste
A maneira como cada um/a lida com a interiorização vinda da xenofobia, do racismo, etc., é própria, particular. Mas é comum ver casos de autodesprezo, uma tentativa desesperada de ser aceita. Autoagressão.
Ângela não é de família humilde sergipana como era Athila Paixão, atleta de base do Flamengo, morto no incêndio no Ninho do Urubu em 2019. Mas é dele, e não dela, Diretora de Responsabilidade Social do Flamengo, que temos orgulho.
É dele que lembraremos como patrimônio da torcida, não dela, que não deixara nada além da vergonha da subserviência de quem se humilha diante daqueles que riem – talvez, pelas costas – de sua própria existência.
Aline Passos é educadora, escritora e colunista da Ponte Jornalismo. Twitter? @linpjs
Siga o MRN no Twitter e no Instagram.
Contribua com a independência do nosso trabalho: seja apoiador.
- Flamengo joga série contra Fortaleza para honrar Olivinha
- Bragantino x Flamengo: horário, onde assistir e provável escalação
- Últimas notícias do Flamengo: Brasileirão Feminino, Tite e Di Maria
- Madonna vs LeBron: visitas ao RJ são comparadas; astro treinou no Flamengo
- Time de Messi sonda Di Maria, sonho da torcida do Flamengo