O torcedor rubro-negro vive momentos de apreensão para confronto da Libertadores diante do Internacional, nesta quarta-feira (21), às 21h30, no Maracanã. Agora, uma novidade na lista de relacionados para o jogo gerou ainda mais expectativa. A ausência de Gabriel Barbosa levantou suspeita de mistério na escalação e até imprudência em ter escalado o atacante na rodada do Brasileiro.
Gabriel, artilheiro e referência do time, treinou em separado, pois, segundo o Flamengo, sentiu dores musculares. Minutos antes dessa informação ser divulgada, o Clube liberou a lista de relacionados para o confronto da Libertadores e nela não constava o nome do atacante.
O regulamento da competição informa que os clubes só precisam divulgar a lista de relacionados 90 minutos antes da partida.
“Art. 92 Os clubes deverão entregar ao Delegado da CONMEBOL a lista com
os nomes de no máximo 23 jogadores ordenados (titulares e reservas) com
uma antecedência mínima de 90 minutos da hora estipulada para o início da partida. Nesta lista deverá constar pelo menos 2 goleiros e a lista deve ser assinada pelo técnico e pelo capitão do time.”
Ou seja, a divulgação da lista com quase 36 horas de antecedência levanta a suspeita de um blefe por parte da comissão técnica do Flamengo, pois amanhã uma nova lista pode ser entregue com a presença do camisa 9.
Ou, na pior das hipóteses, um erro de avaliação do calendário, pois o atleta jogou no sábado, contra a equipe Cruz Maltina, sendo substituído apenas no final da partida, isso tudo após se recuperar de uma lesão muscular.
Agora, a suspeita de “armação” for confirmada, teremos mais uma jogada de mestre para a história do futebol brasileiro.
Vale lembrar que está prática já foi muito utilizada no Brasil. Hoje em desuso, esconder escalação era rotina em grandes jogos, principalmente em jogos de mata-mata.
Felipão e Luxemburgo já blefaram
Em 1996, na Final do Brasileiro, treinando o Grêmio, o treinador pediu para o departamento médico do clube engessar a perna do lateral direito, Arce. A ideia era enganar a equipe da Portuguesa, que com isso escalaria um time mais ofensivo no setor esquerdo de ataque.
A estratégia deu certo, o paraguaio jogou e o time gaúcho venceu. Em recente entrevista ao canal SporTV, o ex-atacante, Paulo Nunes falou da situação:
“O Arce não tinha nada, mas a Portuguesa sabia que tinha que marcar o lado direito do nosso time. A mesma coisa comigo. Tinha um problema no joelho, mas não era nada demais. Só um gelo resolvia.”
O jogo terminou 2 a 0 para o tricolor gaúcho. O primeiro gol foi marcado a partir de um escanteio cobrado por Arce e o segundo pelo lado direito, onde o lareral jogava.
Outra história marcando do treinador do Penta, mas desta vez pelo Palmeiras, aconteceu em 2010. O meia Valdivia sentiu dores musculares e ficou fora de uma partida que antecedia um duelo da Libertadores. O Departamento Médico do clube chegou a emitir um comunicado falando que o atleta ficaria de 10 a 15 dias fora.
Excluído da lista de relacionados da partida da Libertadores, Valdívia era dado como fora do jogo. A confirmação de sua escalação só foi dada 15 minutos antes do jogo. O mistério era tanto que a escalação entregue para a imprensa só tinha 10 jogadores.
Luxemburgo
Rei nos anos 90, Luxemburgo aprontou muitas surpresas, mas a mais icônica de sua carreira aconteceu em 2006. O Santos, equipe treinado por ele, entrou em campo para o clássico contra o Corinthians com 12 jogadores. Isso mesmo, 12 jogadores em campo.
Os atletas usados no truque foram o atacante Geílson e o zagueiro Domingos. O truque consistia em enganar Antonio Lopes, treinador adversário, dando a entender que a equipe jogaria ou com 3 zagueiros ou 3 atacantes.
No final das contas o time começou o jogo com Domingos, ou seja, 3 zagueiros e terminou com Geílson, entrando no segundo tempo e fazendo o gol da vitória.