O Flamengo divulgou nesta segunda (4), uma nota destacando a união entre os clubes olímpicos pedindo voz dentro do Comitê Olímpico Brasileiro. Fora o Rubro-negro, dentre as principais instituições participantes estão: Corinthians, Paulistano, Pinheiros e Minas Tênis Clube.
Os clubes reclamam que as mudanças são imperativas para a correção de rumos e a retomada do desenvolvimento do esporte nacional, e diante dos recentes escândalos de corrupção envolvendo o COB, os clubes criaram e tornaram publica a proposta que pede mudanças no Estatuto do COB.
Dentro do documento, a principal cobrança é que os clubes tenham representação dentro do Comitê, buscando corrigir um grande erro da última década: o alijamento dos clubes olímpicos da gestão do esporte de alto rendimento no Brasil. Por último os clubes pedem o devido reconhecimento das suas relevâncias para o desenvolvimento dos esportes olímpicos no país.
Leia a nota completa:
CLUBES OLÍMPICOS QUEREM VOZ NO COB
Diante dos recentes escândalos de corrupção, envolvendo o Comitê Olímpico do Brasil (COB), mudanças são imperativas para a correção de rumos e a retomada do desenvolvimento do esporte nacional. Nesse sentido, representantes de dez dos principais clubes olímpicos do país – Club Athletico Paulistano (SP), Clube Curitibano (PR), Clube de Natação e Regatas Álvares Cabral (ES), Clube de Regatas do Flamengo (RJ), Esporte Clube Pinheiros (SP), Grêmio Náutico União (RS), Hebraica São Paulo (SP), Minas Tênis Clube (MG), Sociedade de Ginástica Porto Alegre/Sogipa (RS), Sport Club Corinthians Paulista (SP) – tornam pública a proposta apresentada à Comissão de Esporte da Câmara dos Deputados e encaminhada oficialmente à Comissão Estatuinte do Comitê Olímpico do
Brasil que estuda mudanças no Estatuto do COB.
Nossa proposta inclui: 1) destinação para representantes de clubes olímpicos das duas vagas de “membros independentes” (até por que não está claro de que ou de quem esses membros seriam independentes); 2) conceituação diferenciada de clubes olímpicos e clubes sociais, sendo “clubes olímpicos, para a finalidade de preenchimento das vagas do Conselho de Administração, aqueles que tiveram, ao longo dos dois últimos ciclos
olímpicos, no mínimo três modalidades olímpicas e atletas participando dos dois últimos jogos olímpicos”; 3) que os representantes dos clubes olímpicos sejam atuais ou ex-dirigentes dos clubes olímpicos que tenham exercido função, estatutária ou não, por no mínimo dois anos.
É fato que os clubes possuem entidades próprias de representação, como o Comitê Brasileiro de Clubes (CBC). Mas, é fato também que essas entidades atuam em outras áreas, como a formação de gestores, o intercâmbio de experiências corporativas, a integração das agremiações e o fomento ao esporte de base.
Sendo assim, enfatizamos a legitimidade da nossa proposta, uma vez que ela poderá corrigir uma falha grave que persiste há décadas: o alijamento dos clubes olímpicos da gestão do esporte de alto rendimento no Brasil, contrariando a própria lei esportiva (Lei nº 9.615/1998 e suas posteriores modificações), que coloca os clubes, assim como o COB, as federações, confederações, atletas, como membros integrantes do Sistema Nacional do Desporto, encarregados da coordenação, administração, normatização, apoio e prática do desporto.
Deve ser lembrado, também, que o sistema confederado hoje existente no Brasil passa, obrigatoriamente, pelos clubes, na medida em que atletas se filiam a um clube, que se filia à federação, que se filia a confederação, que, por sua vez, é membro do COB.
Concluindo, acreditamos que, para atingirmos a adequada governança do esporte olímpico brasileiro, é vital a participação de atletas, clubes, federações, CBC, confederações e COB. Manter os clubes olímpicos fora do COB é negar voz, voto e direito a um dos principais “players” do movimento olímpico, aos quais, até agora,
somente foram dadas obrigações. É tempo de se reconhecer a relevância dos clubes no desenvolvimento esportivo do país, pois são eles, efetivamente, os responsáveis por formar, treinar, cuidar e manter os atletas olímpicos, muitas vezes utilizando recursos próprios.