A torcida do Flamengo sonha com um estádio para chamar de seu há décadas, diversas promessas foram feitas ao longo do caminho e nenhum projeto saiu do papel. Em 2022, finalmente os dirigentes deram a entender que estavam determinados em construir um estádio. Principalmente em função dos problemas recentes com a administração do Maracanã.
Contudo, as informações mais recentes afirmam que a Caixa Econômica Federal pretende engavetar o projeto de estádio do Flamengo no terreno do Gasômetro. A diretoria que antes falava constantemente no assunto, se calou.
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Ao mesmo tempo, o Flamengo trabalha para disputar, junto ao Fluminense, a licitação do Maracanã e administrar o estádio pelos próximos 20 anos. Sendo assim, o MRN preparou uma retrospectiva de tudo que aconteceu envolvendo estádio próprio e Maracanã durante 2022.
Escolha do terreno
O primeiro problema para construir o estádio era escolher onde seria o terreno. Precisa ser um local de fácil acesso de transporte público, para garantir que torcedores de diferentes regiões possam ir e voltar sem muitas dificuldades. A escolha ficou entre Barra da Tijuca, Deodoro e Centro da Cidade.
A escolha do Flamengo foi pelo terreno do antigo Gasômetro, localizado no Centro do Rio de Janeiro. O terreno pertence a Caixa Econômica Federal e em um primeiro momento as negociações pareciam andar rapidamente. Torcedores do clube se animaram pois finalmente teriam o próprio o estádio.
”Sobre o estádio do Flamengo, estou recebo mensagens dos flamenguistas. Tive conversas com o presidente. O Flamengo quer construir um estádio na região do Gasômetro. A Caixa administra e faz a gestão de um fundo imobiliário que é proprietário do terreno. Existe o interesse do Flamengo fazer uma transação imobiliária para que a gente venda o terreno para eles e eles construam um estádio”, disse Daniella Marques, presidente da Caixa Econômica Federal, em julho.
Políticos se envolvem nas negociações
Durante as negociações, dois políticos importantes se manifestaram a favor do Flamengo e criaram uma guerra politica para receberem os créditos de “ajudar” o clube. Desde o princípio, o Prefeito do Rio, Eduardo Paes, se mostrou a favor da construção e prometeu fazer o que fosse possível para viabilizar o projeto.
Por outro lado, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, também afirmou que ajudaria o Mengão e começou uma disputa entre os dois. “O Flamengo quer construir seu estádio? Tratamos desse assunto. Liguei agora há pouco para o comando do Exército Brasileiro, porque, vizinho ao Gasômetro, tem um quartel do Exército. Vamos atender ao Flamengo. Estudo de viabilidade está bastante avançado. Se aparecer um prefeito aí dizendo qualquer negócio, está mentindo”, declarou Bolsonaro.
Eduardo Paes respondeu o presidente nas redes sociais e afirmou que também já estava se movimentando para ajudar o Flamengo. “Bora ajudar o futebol carioca. Landim e Pedro Paulo já conseguiram minha autorização. Só falta a Caixa Econômica Federal doar o terreno sem cobrar pelo potencial construtivo! Mas tem que ser de verdade e com ‘papel passado’. Pronto aqui para ajudar. Contem comigo!”, publicou em seu Twitter.
Capacidade, custo e data de anúncio
Os meses seguintes serviram para dar ainda mais esperanças aos torcedores. O presidente Rodolfo Landim afirmou que o estádio teria capacidade para 100 mil pessoas e o Maracanã seria para “jogo pequeno”.
Além disso, o canal Paparazzo Rubro-Negro informou que as negociações entre Flamengo e Caixa Econômica Federal teriam avançado consideravelmente em setembro. De acordo com o canal, o clube trabalhava para anunciar a compra do terreno no dia 15 de novembro, quando o Flamengo completou 127 anos. Todo o projeto custaria cerca de R$ 800 milhões.
Entretanto, em outubro o jornalista Bernardo Ramos informou que o custo do estádio seria de R$ 1,8 bilhão. Em seguida, descartou qualquer possibilidade do anuncio ser feito no aniversário do clube. Foi o primeiro balde de água fria nos torcedores que esperavam a confirmação em 2022.
Problemas no terreno e inviabilidade financeira
A partir de novembro, diferentes problemas envolvendo o terreno do Gasômetro e a Caixa Econômica passaram a ameaçar o estádio Rubro-Negro. Em um primeiro momento, o alto nível de contaminação do terreno poderia inviabilizar o estádio. Mas, Rodrigo Dunshee falou que a descontaminação estava no planejamento.
“A descontaminação está no pacote. Ela pode ser mais cara ou mais barata, dependendo do que vai ser construído, de quanto tem que cavar, já tem estudos mas realmente é mais um valor que tem que ser pago.”, afirmou o dirigente.
Em seguida, a apuração do site Gávea News informou que o banco federal afirmou que o projeto de transporte integrado da prefeitura, previsto para o local, torna a construção do estádio improvável. Já que, a Prefeitura do Rio de Janeiro prevê a construção do terminal intermodal Gentileza, nas margens do terreno do antigo gasômetro.
Por fim, de acordo com o jornal “Folha de São Paulo”, o plano de construir sua casa no terreno no antigo Gasômetro, que pertence a Caixa, ficou distante por conta da análise das condições econômico-financeiras, que apontaram um alto risco. Por isso, o banco pretende não avançar com o tema.
A assessoria da Prefeitura comunicou que continua à disposição do Flamengo para ajudar no que estiver à sua alçada, enquanto a Caixa também afirmou que ainda segue avaliando o negócio e todas as possibilidades. Já o Flamengo, em contato à Folha, preferiu não se manifestar, por ser uma operação privada.
Licitação do Maracanã e parceria com o Fluminense
Durante os altos e baixos da construção de um estádio próprio, o Flamengo trabalha para assumir a administração do Maracanã pelos próximos 20 anos. A ideia do clube é manter a parceria com o Fluminense.
Aliás, a proposta está pronta e só não foi enviada para o Governo do Estado pois o processo está suspenso por irregularidades no edital. Ainda não há uma data definida para que as propostas sejam analisadas, mas o clube está confiante que tem o melhor projeto para o estádio e para cidade.
Irão competir com a dupla Fla-Flu, a 777 Partnes, dona do futebol do Vasco e recentemente o consórcio Arena BRB/Metrópoles também demonstrou interesse. Muitos torcedores e funcionários acreditam que as propostas do edital e os problemas com o Vasco tornam o Maracanã prejudicial ao Flamengo.
Contudo, com as dificuldades em construir um estádio, tudo indica que o Flamengo irá com força total para vencer a concessão.
Miniestádio no Ninho do Urubu
Enquanto não há definição sobre Maracanã e estádio, o Flamengo anunciou que construirá um estádio no Ninho do Urubu. O campo zero terá grama sintética e arquibancada com capacidade para duas mil pessoas, logo na entrada do Ninho.
Aliás, o MRN produziu uma matéria sobre outros estádio com capacidade para duas mil pessoas para os torcedores entenderem como ficará o do Mengão.
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