Domingo 16h da tarde, um calor infernal e uma multidão se aglomerava num caldeirão chamado Maracanã. Os primeiros 90 minutos de uma decisão e digo sem exagero, uma decisão de absurda importância para o Flamengo estava para começar.
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Em campo aquele time, que costumávamos a confiar e que agora é “meio” desorganizado, meio time, meio bando. Nos transformamos no que mais temíamos, um clube com a potência de um jato, que se comporta como um teco teco.
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A sensação do quase está voltando forte em forma de grito entalado na garganta e muita, muita frustração. Sabe aquele quase que entorpece a alma cheia de esperança e aquela tristezinha insistente? É isso.
Não fizemos o gol. Essa é uma síntese crônica, e vem se tornando muito comum, no Flamengo. E concordo muito que o Flamengo é um cemitério de atacantes, talvez só Jesus em pessoa conseguisse ser um atacante eficaz ali. O que temos que ter consciência: O time não tem criação.
O Flamengo PRECISA se reinventar. Temos as peças, mas tem que saber jogar. Tem que saber comandar, tem que saber liderar, tem que ter peito e tem que ter brio. Para jogar no Flamengo tem, sim, que ter disposição.
O Flamengo se tornou um time seco, previsível. O técnico não tem uma jogada que consiga surpreender o adversário e que mude o jogo. Somos aquilo ali e a maior frustração da torcida é saber que podemos mais, muito mais do que estão entregando, tá faltando aquele tesão, aquele fogo nos olhos, sangue na boca.
Aquele gol bandido com a bola sobrando para o único cara do SP que poderia decidir o jogo, depois uma tentativa patética de Ayrton Lucas de simular uma falta e de Matheus aceitar, foi a famosa ducha de água fria, aquele grito de gol que entala na garganta, o peito apertado de saber que dava… mas mais uma vez não foi.
Em tempo: Em mais de 35 anos de Maracanã eu nunca vi a reação da arquibancada quando o placar mostrou a renda do jogo. Quase R$ 27 milhões para uma torcida descaracterizada que não representa a essência do rubro-negro.
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A festa foi bonita? Sim, foi. Mas foi isso, uma festa. Estão afastando o nosso povo de perto do Flamengo e o resultado, a apatia reflete em todos. O povo que se junta pra ver tv em barzinho pelas ruas, o povo da favela que entope as vielas de música e vermelho e preto. Eles somos nós. E nós não estamos mais lá.
Nossos dirigentes não sabem, não ligam e a resposta a isso estava estampada no telão. E o pior de tudo? Aquela galera que vaiou, que cobra, que grita palavrão, que roga praga, já está com o coração cheio de ansiedade e doida pra rever o grande amor. A esperança de que acordem, que o jogo vire já está viva e fervilhando dentro de cada flamenguista.
Jogue por nós, Flamengo.
ISSO AQUI É FLAMENGO, PORRA!!!
Renata Graciano é jornalista, apaixonada pelo Flamengo, por futebol e que morre de saudade das chuteiras pretas. Siga Renata Graciano no Twitter.
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