Ninguém achou que você seria artilheiro.
Era um jogador comum, diziam. Goleador de time pequeno.
Estes julgadores se envergonhavam a cada golpe de cabeça – a bola furava a rede como um petardo, era um petardo!
Gaúcho foi o maior cabeceador que o Flamengo teve há gerações.
Gaúcho foi o goleador de 1992. O goleador do Time do Maestro.
Gaúcho era alto, forte, parecia desengonçado e muitas vezes o era.
Mas de desengonçado com a vida não tinha nada: é ídolo no maior clube do Brasil
e
escreveu
sua história
onde todo jogador
inteligente
quer escrever.
No livro de sua vida estarão as rivalidades que ele inflamava a cada clássico.
Gaúcho e seu amigo também gaúcho, o Renato, mostraram que o Botafogo é o time do chororô bem antes de ganharem esse apelido.
Gaúcho estará na memória do tempo rubro-negro.
Gaúcho não perdeu para o câncer
tão
somente
resolveu
descansar
depois
da partida.
Quem vira ídolo do Flamengo não morre jamais.
Obrigado por tudo!