Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim já manifestou em diferentes oportunidades o desejo de transformar o clube em Sociedade Anônima Futebol. Para o mandatário, a SAF é fundamental para o Rubro-Negro ter seu estádio próprio e revelou quando pretende apresentar o projeto de forma oficial.
“Estamos correndo atrás de conseguir nosso terreno (para o estádio, terreno do Gasômetro, em negociação com a Caixa Econômica Federal). Se a gente conseguir nosso terreno, vamos estruturar o projeto. Vamos levantar a quantidade de recursos que a gente vai precisar e vamos levar para o Conselho Deliberativo esse modelo de captação de recursos para construir o estádio”, disse Landim, em entrevista ao UOL.
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Sendo assim, Rodolfo Landim garante que só irá apresentar o projeto ao Conselho caso entre em acordo com a Caixa pelo terreno do Gasômetro. O mandatário pretende marcar reunião em breve com o novo presidente do banco estatal, Carlos Viera, para iniciar as tratativas. O processo, no entanto, pode ser longo por envolver também a Prefeitura do Rio.
O presidente rubro-negro destaca que o clube tem uma ótima saúda financeira, mas constituir uma SAF é o ideal para viabilizar o estádio. Isso porque uma das outras alternativas é uma Sociedade de Propósito Específico, mas o Fla teria que dividir receitas com o sócio da SPE. Além disso, é possível realizar um financiamento próprio através de bancos, mas poderia aumentar a dívida e diminuir os investimentos no futebol.
“Na verdade, o Flamengo está muito bem financeiramente. A gente poderia utilizar esse modelo de SAF como uma forma de captar recurso para um projeto estratégico do Flamengo. Qual seria o principal projeto estratégico do Flamengo? Um estádio onde vai precisar de muitos recursos. A gente montaria uma SAF onde a gente, e falo a gente Flamengo, teria 100%”, disse o presidente, antes de completar:
“Depois, a gente chamaria um sócio que a gente venderia uma parte dessas ações. E o capital ficaria diluído, mas o sócio dessa SAF seria o clube Flamengo como um todo. Então passaria a ter o Flamengo como clube com um percentual elevado que permitisse o Flamengo ter o controle.”
Landim explica modelo de SAF que deseja para o Flamengo
O modelo que Landim acredita ser o ideal para o Flamengo é similar ao do Bayern de Munique. Ou seja, vender apenas parte das ações e manter sempre o controle das decisões do futebol. A proposta deu resultados positivos no time alemão e atraiu apenas parceiros estratégicos que, segundo Landim, compram as ações visando outro ativos além do lucro do clube.
“…O que nós vimos no exemplo do Bayern de Munique, são empresas que têm interesse estratégico de estar naquilo. Desde que foi criada a SAF do Bayern, continua controlada pelo clube e tem três sócios. E os dividendos que são distribuídos para eles são quase nenhum. Por que? Não é o objetivo de uma SAF ter lucro para distribuir dividendos. O objetivo? A participação estratégica para atender outros objetivos que eles tinham. No caso do Bayern, a Allianz queria associar o seu nome ao naming rights do estádio.”
Dessa forma, Rodolfo Landim afirmou que o Flamengo poderia ter problemas em outros modelos. Isso porque toda a receita do possível novo estádio no Gasômetro deve ser revertida em investimento, mas o sócio iria querer dividir resultado da operação econômica. Na opinião do mandatário, isso resultaria em chance “grande de um conflito de interesse.”
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