A virtual vitória na licitação do Maracanã não abalou os planos da gestão Rodolfo Landim para a aquisição do terreno do Gasômetro para a construção de um estádio próprio do Flamengo, Landim terá nesta segunda-feira duas reuniões com dirigentes da Caixa Econômica Federal, da Prefeitura do Rio e conselheiros do Flamengo tentando acelerar.
Na última quinta-feira, na sessão que aprovou o novo contrato da Pixbet. Landim foi questionado e fez uma longa exposição ao Conselho Deliberativo de como pretende conciliar financeiramente a concessão do Maracanã, que prevê prejuízo nos três primeiros anos e uma margem de lucro de 10% que depende da venda de camarotes e a realização de um grande volume de jogos, e a construção de estádio.
➕ O que falta para o Flamengo ganhar oficialmente a concessão do Maracanã
O MRN conversou com conselheiros que ouviram a explicação e tenta reproduzir a estratégia de Landim.
- Landim acredita que, mesmo com a aquisição do terreno, a construção do estádio do Flamengo levará no mínimo cinco anos. Neste prazo, não há alternativa a não ser jogar no Maracanã, e a vitória na concessão era o melhor caminho.
- Apesar de ser lucrativo e garantir um lugar para os jogos do Flamengo nos próximos 20 anos, o Maracanã tem alguns problemas considerados insuperáveis, como as 5 mil cadeiras cativas que não trazem receita para os clubes – Landim citou que ele mesmo possui oito cadeiras. Além disso, a arquitetura do estádio foi pensada para a Copa do Mundo e não duelos entre clubes rivais e o estádio sempre é requisitado pelo governo e pela CBF para todo tipo de evento, como o jogo solidário deste fim de semana.
- Além disso, o uso do estádio por dois clubes, além de eventuais partidas do Vasco e da seleção, desgasta o gramado que é usado com uma intensidade incomum para campos de futebol no mundo, só comparáveis à do Castelão, em Fortaleza, que é usado por Ceará e Fortaleza. Landim não contempla a possibilidade de substituir o gramado natural por grama artificial, que ele deseja banir do futebol brasileiro.
- Assim sendo, o Flamengo acredita que ter todos os jogos do Fluminense, além de um ou outro jogo de outro clube ou da seleção, é o suficiente para o Maracanã. Ele ressaltou que no papel o Fluminense é sócio minoritário do Flamengo, mas na prática as decisões do estádio e sua administração estarão nas mãos do Flamengo, que terá 65% do controle da Empresa Fla-Flu. “Nós vamos ser os donos, vamos mandar lá”, teria dito Landim, segundo os conselheiros.
- Embora a diminuição do número de jogos aumente a possibilidade de fazer shows no Maracanã, Landim disse considerar o uso do Maracanã para isso um sacrilégio e reclamou do estado do gramado da Arena do Amazonas, palco do jogo da semana passada do Flamengo na Copa do Brasil, que recebeu um evento dos bois de Parintins.
- Entra a outra parte da equação, que é a aquisição do terreno do Gasômetro. Landim disse que não podia dar detalhes antes por conta da confidencialidade das negociações, mas que agora que o prefeito Eduardo Paes havia revelado a estratégia, podia confirmar que o plano do Flamengo é trocar o potencial construtivo da Gávea pelo do terreno do Gasômetro. Landim deu a entender que as negociações são para que o Flamengo não precise colocar dinheiro na operação.
- Sobre o tamanho do estádio, Landim disse que ele pode ser do mesmo tamanho que o Maracanã, mas terá mais assentos para serem vendidos por conta da arquitetura e da ausência de cativas. Ele ressaltou a importância de um estádio construído do zero para que o clube possa adequà-lo às suas necessidades e gerar toda a forma de receitas. Ele disse que o torcedor comum não dá lucro para estádio, que consegue lucrar a partir da experiência VIP fornecida a torcedores dispostos a pagar mais caro, e que experiências como essa podem ser pensadas desde a concepção do estádio.
- Mesmo sem citar a palavra SAF, Landim reafirmou mais uma vez que é contra a construção do estádio se isso significar diminuir o poderio econômico do Flamengo. Ele não explicou a aparente contradição entre prosseguir nas negociações para a aquisição do terreno do estádio ao mesmo tempo em que garantiu aos conselheiros que não vai apresentar proposta para transformação do Flamengo em SAF até o fim do seu mandato, em dezembro.
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