Emoção, humor e simpatia marcam qualquer encontro com o maior ídolo do Clube de Regatas do Flamengo
Apesar de não torcer pelo Flamengo, sempre reconheci no clube, na Instituição, uma importância enorme não só no futebol brasileiro, mas na sociedade brasileira.
Neste sentido, em 1995 estive em um evento no Museu da Imagem e do Som, acompanhado de um amigo flamenguista, de comemoração do centenário do Flamengo.
Depois de alguns debates muito interessantes, inclusive com o mítico Zizinho, no início da noite chega a celebridade mais esperada, Zico.
Um aglomerado de pessoas chega próximo ao ídolo, loucos por uma foto ou por um autógrafo. Zico, pacientemente, atende a todos, exemplo de humildade.
Eu e meu amigo somos contemplados com um autógrafo.
Passados alguns minutos, meu amigo havia desaparecido. Fui procurá-lo.
Encontrei-o… chorando!
A emoção de apertar a mão de Zico e de receber o autógrafo dele fez as lágrimas escorrerem do rosto de meu brother.
O cara é meu amigo até hoje, são quase 35 anos de amizade. Não o tinha visto chorar até então.
Só mesmo Zico – exemplo de craque, exemplo de profissional, exemplo de ser humano – para fazer as pessoas chorarem de emoção.
***
Em 2002, escrevi um artigo no Jornal do Brasil, analisando o calendário quadrienal do futebol brasileiro, que havia sido lançado.
Tive a honra de, em uma página inteira do JB, ter a metade superior da página preenchida com um artigo do Zico e a metade inferior da página preenchida pelo meu artigo.
Em 2003, a Instituição de Ensino Superior que eu lecionava fechou um convênio com o Centro de Futebol Zico (CFZ) para ministrar cursos de pós graduação.
No Cultura Rubro-Negra:
Os seis minutos que fizeram a diferença
Lico, a cereja do bolo do Flamengo de 1981
No evento de lançamento da parceria, no CFZ, lá estava eu.
O Zico falou, o representante da Instituição de Ensino Superior que eu lecionava falou, houve uma confraternização.
Ao final do evento, esperei o momento em que o Zico ficou sozinho. Abordei-o.
– Zico, desculpe incomodar, mas posso falar com você rapidinho?
Ele respondeu:
– Pois não.
Saquei do bolso a página recortada do JB com nossos artigos e indaguei:
– Você lembra deste artigo no JB que você publicou ano passado?
Zico respondeu:
– Lembro sim!
Eu prossegui:
– O teu artigo é o da parte de cima, o de baixo é meu. Dá um autógrafo na página?
Zico sorriu e assinou.
Em seguida, me perguntou:
– Você é professor, vai dar aula na parceria?
Respondi:
– Sim, sou professor, leciono algumas disciplinas relacionadas à gestão de organizações
Zico disse:
– Vamos marcar um jogo entre o pessoal aqui do CFZ e os professores.
E, sacana, emendou:
– Nosso meio campo vai ser Andrade, Adílio, eu e Junior!
O jogo não chegou a acontecer… Ainda bem: sempre fui goleiro, iria tomar dezenas de gols!
Luis Filipe Chateaubriand acompanha o futebol há 40 anos e é autor da obra “O Calendário dos 256 Principais Clubes do Futebol Brasileiro”. Email: [email protected].
Imagem destacada: Zico pela Seleção e contra a Argentina. Foto: Bob Thomas/ Getty Images.
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