Ex-jogador e revelado pelo Flamengo, Marcelinho caiu nas lágrimas em participação no Podpah. Isso porque o ex-atleta relembrou das raízes e o início da carreira. Mais especificamente sua estreia. No entanto, foi lembrando do pai que foi aos prantos. É que foi ele o responsável por colocar a cabeça de Marcelinho Carioca no lugar.
O jogador se vislumbrou com a entrada em campo no Maracanã para fazer a sua estreia. No entanto, seu pai fez questão de relembrá-lo que ainda não tinha conquistado nada, já que a família se encontrava na mesma situação de antes. Além disso, lembrou ainda que voltou para casa de trem.
“Alguém aqui no trem conhece você? Você vai voltar para Sulacap, comemorar tomando refrigerante Convenção e salgadinho cheio de óleo. Você deu a casa para a sua mãe? Melhorou a vida dos seus irmãos? Assinou contrato profissional? Então não conquistou nada ainda. Você deu meio passo. O outro passo é continuar estudando”, contou Marcelinho, reproduzindo as falas do paus.
Em seguida, se emocionou ao contar que continuou estudando e realizou os sonhos do pai.
“Sou jornalista diplomado, cursei Educação Física, gestor público, pós em direito público. Toda a minha referência é para o meu pai. Não tenho mais ele. Mas meu pai tentou ser jogador, meu avô não deixou. Era o mais pé-rapado do bairro. Disse a ele que um dia mudaria a vida dele. Descobri na Arábia em 2003 que meu pai realizou o sonho dele no filho dele. Meu avô frustrou o sonho do meu pai. Eu consegui realizar. Essa é a história”, complementa.
Marcelinho Carioca entrou em campo no lugar de Zico
Todo o vislumbre de Marcelinho Carioca se deu por conta de todo o contexto de sua estreia. Marcelinho se impressionou com a torcida, mas também com dividir o vestiário com grandes craques da época. Além, é claro, de Zico. Marcelinho, aliás, entrou em campo na vaga do eterno ídolo do Mengão.
“Vendo Zico na noite anterior, Bebeto jogando baralho. Caraca, onde eu estou? Chegando perto do Maracanã, torcida, aquela loucura toda. Indo para o vestiário, ainda sem saber se seria cortado. Eu abri meu guarda-roupa e vi minha camisa. Bebeto fazendo massagem, eu colocando o meião e olhando o que eles estavam fazendo. O Telê fala e a palavra final é do Zico”, comenta.
Em seguida, Marcelinho lembra da entrada em campo e o aquecimento perto da torcida organizada.
“Aí tem aquela resenha antes de subir pro campo. Sete minutos, ele dá o passe para o Bebeto, explode. 11 minutos o Telê pede, ‘aquece o menino’. Cheio de medo, aquecendo embaixo da Raça Rubro-Negra. Eu olhei para o meu pai, de abóbora e vassoura, comemorando que eu ia entrar. O Zico saindo e eu entrando”, diz.
Marcelinho, entretanto, admite uma má atuação, mas voltou jogando em alto nível após conversa com o técnico Telê Santana. Assim, arrancando aplausos da Nação.
“Acaba o primeiro tempo, eu estava tenso. Vestiário eu vou para o canto, Telê me chama. ‘O primeiro tempo que você fez, uma m**’. Eu trouxe o craque do juvenil. Se não der, pode tirar a camisa. Eu volto, fui. Lançamento, fui para cima, arriscando tudo. Para uma bola, fiz uma jogada, a torcida começa a gritar meu nome. Consegui desenvolver”, finaliza. Confira: