Realizado em 2017, o Fyre Festival se tornou infame – e até tema de documentário – por uma série de razões. Foi um evento musical caro, mal planejado, organizado por um picareta, que não ofereceu nada do que prometia. Além disso, teve o azar de coincidir com uma série de fortes chuvas, que tornaram ainda pior o que já era ruim.
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E depois do empate em 0x0 do Flamengo com o Internacional, neste sábado (26) , em pleno Maracanã, fica cada vez mais fácil afirmar, com uma certa convicção, que o Flamengo de 2023 é sim o Fyre Festival dos times de futebol.
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Afinal, estamos sim diante de um time caríssimo, o de maior orçamento da América do Sul, que não consegue oferecer nada do que prometeu. Aliás, o Mengo provou mais uma vez, ao empatar com o time reserva do 13º colocado do Brasileirão, dentro de casa.
Estamos diante também de uma temporada das mais mal-planejadas possíveis, já que no fim do ano passado o Fla demitiu técnico campeão para contratar o vice, e aí demitimos esse vice para trazer um cidadão que, com 35 jogos no comando, apresenta um time menos organizado que briga dentro de ônibus e mais caótico que aniversário do Supermercado Guanabara.
E claro, temos também picaretagem. Afinal, o que dizer do presidente rubro-negro que só aparece quando o clube vence e do dirigente de futebol que também é vereador? Dos papos sobre estádio próprio que sempre vem à tona quando o time entra em crise? De todas as postagens enigmáticas pra distrair a torcida quando a equipe não vai bem?
Azar completa quarteto que compõe fracassos do Flamengo em 2023
Mas é claro, não basta a falta de planejamento, a incompetência e a picaretagem, é preciso aquela cota de azar também, pra garantir a proporção épica do fracasso. E ela veio com a lesão de Arrascaeta, um dos poucos jogadores que vinham bem nessa equipe – ainda que muitos torcedores prefiram focar no fato de que o homem, no seu tempo livre, decidiu aparecer cantando num programa de televisão.
E se a equipe já não vinha bem com Arrasca, é claro que sem ele as coisas desandaram de vez. Tivemos novamente um Flamengo acéfalo, mais 90 minutos de absoluta ausência de criatividade ou organização, mais uma partida em que fica visível que não temos padrão algum de jogo e que talvez tenham escolhido o pior careca possível para comandar o Flamengo, já que até mesmo Leandro Karnal ou Derico, saxofonista do extinto programa do Jô Soares poderiam se sair melhor.
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O que presenciamos então são mais algumas cenas desse trágico documentário sobre como jogar uma temporada fora que virou o ano de 2023 do Flamengo. Fomos humilhados no Mundial, passamos vergonha na Libertadores, estamos praticamente sem chances no Brasileirão. E, por fim, o que sobra agora é uma final de Copa do Brasil, com um time absolutamente caótico e um técnico totalmente perdido, talvez sem aquele que vinha sendo nosso melhor jogador.
É do espírito rubro-negro batalhar até o final, é da identidade da nossa torcida nunca desistir, mas está claro que, além de apoiar o time que está em campo, precisamos urgentemente garantir que mudanças sérias aconteçam também fora dele. Porque enquanto Landim, Braz e Sampaoli estiverem no comando, todo torcedor vai estar comprando ingresso pra um show que não tem chances de acontecer.
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