Se quiser seguir sonhando com o tetracampeonato da Copa Libertadores, o Flamengo precisa ajeitar, urgentemente, o problema da bola aérea. Clube que mais sofre gols de cabeça na Série A, são simplesmente 15 sofridos do mesmo jeito, de um total de 21 gols tomados só no Brasileirão. Ou seja, 71,4% do total. A questão é que essa jogada é potencializada pelo Bolívar, adversário do clube nas oitavas de final.
Absolutamente todos os gols sofridos pelo Flamengo no mês de agosto foram dessa mesma forma, e o problema pode se agravar contra o Bolívar, principalmente em La Paz. Isso porque a altitude de 3640m faz com que o ar seja rarefeito. Portanto, exige o costume dos jogadores, e os bolivianos levam vantagem natural por frequentemente atuarem no Estádio Hernando Siles.
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Dessa forma, os jogadores do Bolívar já sabem como a bola se comporta nessas circunstâncias. O Flamengo, por sua vez, corre o risco de sofrer mais gols de cabeça se não conseguir se entender com a forma como a bola corre, como já aconteceu no enfrentamento da fase de grupos.
O encontro na primeira fase, inclusive, teve vitória boliviana por 2 a 1 e gol de cabeça do atacante Chico da Costa. Os bolivianos têm a bola aérea como arma, aproveitando principalmente a altitude. Chico, que tem 1,84m, já deixou o clube rumo ao Cerro Porteño, do Paraguai. Mas o Bolívar contratou, como reposição, um problema literalmente maior para o Flamengo: o brasileiro Fábio Gomes, de 1,92, 8cm mais alto do que o também brasileiro que puniu o Rubro-Negro nos grupos.
Problema aumenta importância de Flamengo x Bolívar no Maracanã
Sabendo dessa questão, é crucial que o Flamengo construa o melhor resultado possível no Maracanã. A partida de volta acontece na altitude de La Paz, e o time foca seus treinos da semana no jogo contra o Bolívar dentro de casa. O jogo de ida acontece na quinta-feira (15), às 21h30 (horário de Brasília).
Na fase de grupos, o Flamengo venceu o Bolívar por 4 a 0 no Maracanã, apesar da derrota por 2 a 1 fora de casa. O time já mostrou, portanto, que é possível garantir a classificação ainda no Rio de Janeiro, e precisa repetir a dose para passar menos sustos na altitude. O jogo de La Paz acontece exatamente uma semana depois da ida, no dia 22 de agosto.
Discurso de Tite agrava questão
O problema é aumentado quando analisamos o discurso de Tite. Isso porque o técnico do Flamengo não parece entender a bola aérea como um grande problema para a defesa. Após sofrer o empate do Palmeiras no fim, na última rodada do Brasileirão, no Maracanã, o treinador respondeu sobre a bola aérea na coletiva de imprensa e minimizou a questão, ressaltando que o tento saiu no rebote e normalizando a média dos gols sofridos.
“O gol é uma bola de rebote, de retorno, nós temos o mesmo índice de gols tomados tal qual a média dos outros times do Campeonato. Foi uma bola de retorno. É trabalho com concentração e foco, não dá para fugir desse aspecto. É trabalhar e ter concentração, não muda os aspectos, seja na bola aérea ou andando”, disse Tite na última coletiva antes de Flamengo x Bolívar.
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