A vitória do Flamengo era importante e até previsível diante da má fase do adversário. Rueda escalou o time num 4-2-3-1 com Márcio Araújo e William Arão como volantes. Gabriel aberto na direita. Diego como meia central e Everton Ribeiro na esquerda (numa clara sinalização que o treinador pode abrir a competição pela vaga do setor) e Guerrero na referência. Luxemburgo espelhou taticamente o Sport. Patrick e Rithelly na cabeça da área. Wesley centralizado. Lenis e Osvaldo nas extremas. André no comando do ataque.
Os visitantes começaram melhor. Até porque aproveitavam os espaços deixados pela falta de recomposição defensiva de Gabriel pelo setor esquerdo de ataque. Principalmente com a boa chegada do volante Patrick, que ameaçou Muralha em duas finalizações. Só que logo aos oito minutos, Everton Ribeiro, muito a fim de jogo, achou Trauco. O peruano cruzou. Magrão espalmou para frente e Guerrero, oportunista, marcou seu vigésimo gol na temporada.
O time carioca passou então a controlar a partida. Tendo muito mais a posse de bola e ganhando os rebotes. Luxa sentiu o time em dificuldades e tentou mudar. Abriu Wesley na direita para dar um pé a Raul Prata na marcação a Everton Ribeiro. Centralizou Osvaldo. E pôs Lennis na esquerda, tentando fazer com que o colombiano entrasse no jogo. Rueda respondeu invertendo Gabriel e Everton Ribeiro de lado. Apesar do evidente domínio, o Fla finalizou pouco. E assustou menos ainda o goleiro Magrão. Até porque Diego tinha mais uma atuação bem abaixo do que pode render (Alô, Tite). Assim como Arão e Gabriel.
O Sport voltou com Thallysson no lugar de Lennis. Tentou equilibrar a batalha no meio de campo. Não funcionou. Em dez minutos, os donos da casa chegaram duas vezes. A primeira com Diego. Magrão fez ótima defesa e salvou a pátria pernambucana. Aa segunda com Everton Ribeiro, que bateu raspando a trave esquerda.
Aos 18 minutos, Patrick foi expulso pelo árbitro após cometer falta (de cartão amarelo) em Márcio Araújo. Exagerou na reclamação e acabou levando o vermelho. Imediatamente, Luxa tirou o amarelado Rithelly e pôs Anselmo em campo. Na sequência, tentou ganhar velocidade nos contra-ataques ao sacar Osvaldo e colocar Rogério. Reorganizou seu time num 4-4-1.
Com a vantagem numérica, o Flamengo que já havia dado sinais claros de preguiça no fim da primeira etapa desacelerou de vez. A ponto dos visitantes assustarem duas vezes. Ambas com Rogério. Em lances que a retaguarda Rubro-Negra ficou só olhando. Rueda pôs Berrío e Lucas Paquetá nas vagas de Arão e Diego. O ritmo do confronto não se alterou. Mas o Fla pelo menos não foi ameaçado.
Quando tudo levava a crer que a partida terminaria mesmo um a zero, já nos acréscimos Berrío fez boa jogada pela direita e cruzou na cabeça de Everton Ribeiro. Ele testou firme e deu números finais ao encontro. Um prêmio a um dos poucos atletas que se esforçaram os 90 minutos. Sem preguiça. Uma vitória importante, que recoloca os cariocas (mesmo que momentaneamente) no G-4 do campeonato. Mas que deixa uma pulga atrás da orelha do técnico e dos torcedores. Era mesmo necessário sofrer diante de um oponente com menos um jogador?