O Flamengo vive dias conturbados desde a perda do título do Campeonato Estadual 2022 para o Fluminense. As atuações nos dois jogos acionaram diversos alarmes na torcida. Logo em seguida, surgiram notícias de desavenças entre jogadores e falta de conexão entre o elenco e a comissão técnica.
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Para completar, torcidas organizadas foram ao Centro de Treinamento George Helal nessa sexta-feira (8) e protestaram contra os maus resultados, inclusive abordando atletas e outros profissionais do Flamengo na chegada ao clube.
No mesmo dia, o Grupo Flamengo Sem Fronteiras apresentou aos poderes do clube um documento com propostas para a implementação de um regime 100% profissional no futebol do clube.
Documento aponta ações gerenciais e estruturais a serem adotadas
Formado por mais de 60 sócios do Flamengo, o grupo aponta diversas melhorias de estrutura e de gerência que devem ser adotadas para que o Flamengo não fique para trás em termos de competitividade, quando comparado com os clubes que estão implantando regimes 100% profissionais, principalmente as Sociedades Anônimas do Futebol (SAF).
O Grupo defende “o fim das interferências de amadores, curiosos ou “profissionais em desenvolvimento” em posições chave de gestão esportiva e administrativa no cotidiano no futebol do Flamengo.“
Para isso, “é fundamental recrutar os melhores profissionais possíveis no mercado internacional e nacional, com o fim das indicações por amizade, alinhamento político ou favorecimento pessoal. No Flamengo como um todo, e obviamente no futebol, só deveriam trabalhar os melhores profissionais com comprovada experiência em clubes de primeira prateleira do futebol mundial.“
Para o novo sistema funcionar, “o departamento de futebol deve ser liderado por um executivo de futebol, o Diretor Técnico, que se reporta diretamente ao colegiado do Conselho Diretor (Gestor), e tem autonomia operacional para entregar os resultados estabelecidos nas metas estratégicas, e com respeito aos limites orçamentários determinados.“
O Grupo sugere um novo modelo. que “tería o Diretor Técnico como o líder do Departamento, e no papel de pensar a estratégia macro, de longo prazo. Abaixo dele um gerente responsável por toda a área de políticas, diretrizes, negócios e relações com parceiros e fornecedores. E ainda abaixo do Diretor Técnico, o Head Coach (treinador) responsável pela comissão técnica e direção direta do time.”
Para evitar a centralização, o Grupo propõe o estabelecimento do Método Flamengo, “uma forma de se treinar e jogar, a qual seja implementada em todas as divisões do clube, e que ao mesmo tempo que respeite a histórica filosofia de jogo ofensivo e técnico do Flamengo, seja robusta o suficiente para ser implementada por qualquer profissional que no futuro esteja no clube.“
Outro ponto fundamental para o Grupo é a melhoria constante das estruturas físicas à disposição dos profissionais rubro-negros. Segundo o documento, atualmente há demandas graves não atendidas. “Flamengo precisa urgentemente retomar os investimentos no centro de treinamento do Ninho do Urubu, tanto na estrutura quanto na tecnologia, finalizando obras e campos que há muito deveriam estar concluídas, modernizando equipamentos e ampliando as instalações da base.“
Mesmo no CT Geirge Helal, considerado de altíssimo padrão, “o número de campos é baixo, criando sobrecarga operacional nos gramados existentes. Urge complementar o miniestádio do CT e todas as estruturas auxiliares de treino previstas em seu projeto original.”
O documento cita ainda que as categorias de base necessitam de atenção especial. “É preciso constantemente valorizar e ampliar o investimento em suas categorias de base. Para tanto é fundamental o aumento contínuo e relevante do investimento a cada ano, em identificação, formação e desenvolvimento de talentos, no futebol masculino e feminino. Para tal, é necessário expandir as estruturas de base e aumentar de forma substancial os recursos financeiros e humanos desde o salão pós 6 anos até o sub-14. E da mesma forma multiplicar o investimento do sub-15 ao sub-20/23.“
O Grupo encerra o documento conclamando por uma “Revolução Além do Campo”. “Há cada vez mais o entendimento que a fronteira do desenvolvimento da preparação para o futebol está mais no desenvolvimento cognitivo, do que no técnico e físico.”
Leia o documento na íntegra.