O TV MRN recebeu Leandro Zago, técnico de futebol e professor na CBF Academy nesta sexta (26). O convidado, que já treinou Joinville e Botafogo-SP profissionalmente, falou muito sobre futebol bem como sanou as dúvidas dos telespectadores. Entre as questões colocadas, Zago respondeu sobre suas metas na carreira como treinador e disse que tem a vontade de treinar grandes clubes do futebol brasileiro. O profissional cita três e coloca o Flamengo entre os principais.
“Particularmente não tenho um clube (preferido para treinar). Tenho a vontade de treinar os grandes clubes. Depende muito de como a carreira vai andar. Tenho pretensões de fazer uma carreira internacional, quero fazer as licenças da UEFA. Mais do que determinado clube, eu gostaria de treinar clubes que me permitissem trabalhar e ganhar no mais alto alto nível. Então hoje, por exemplo, eu gostaria de estar nos clubes que disputam os títulos grandes, porque acho que a preparação tem que ser essa. É o caso hoje de Flamengo, Palmeiras e Atlético-MG”, explica.
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Além disso, Leandro Zago falou sobre o Flamengo e cita os torcedores. Por conta da massa apaixonada que é a Nação Rubro-Negra, o técnico não pensaria duas vezes em aceitar a oportunidade.
“As grandes torcida encantam. No caso aqui estamos falando principalmente com a torcida do Flamengo. É um clube que é uma ambição de carreira você treinar, um clube que tem um país que torce para ele, um país gigante praticamente”, diz.
Zago enxerga Flamengo como rápido trampolim para a Seleção Braileira
Apesar de se mostrar interessado pelo Flamengo, Zago não nega que seu maior sonho é treinar a Seleção.
“Se eu tivesse que escolher entre treinar um grande clube internacional e a Seleção Brasileira, eu prefiro a Seleção. É o auge de um treinador. É o topo você disputar e ganhar uma Copa do Mundo pelo seu país”, conta.
O professor volta a rasgar elogios ao Mais Querido do Brasil e afirma que treinar um clube como o Rubro-Negro é uma grande impulsão, já que em caso de trabalho vitorioso, o seu nome é cotado para assumir a Seleção Brasileira quase que automaticamente.
“É, é um grande caminho. Impulsiona. São os grandes clubes que impulsionam você para a Seleção. Você treina um time que é uma Nação para você chegar na Seleção do seu país. É muito difícil você chegar na Seleção sem estar em um clube como esse. Um clube com a repercussão do Flamengo é meio passo para estar na Seleção. Se ganhar no Flamengo, é natural que você seja pedido na seleção”, complementa.
O entrevistado concorda que Jorge Jesus tenha revolucionado o futebol brasileiro
Ainda falando sobre o Flamengo, Zago não só cita o trabalho de Jorge Jesus, mas também conta como o português mexeu com o futebol brasileiro.
“Eu acho que ele mexeu sim com o ambiente, bastante. Tirou o futebol brasileiro da zona de conforto. Jesus e Sampaoli, mas ele muito mais, porque cravou com títulos. Ele mexeu com coisas bem interessantes. Ele teve impacto grande na logística. Porque ele foi o primeiro que pediu e exigiu voo fretado e por isso ele conseguia ter o time titular.
O time titular do Flamengo jogou poucos jogos, mas ele rodava dois, três e isso criou uma base. 2020, 21, esse ano também, os clubes já estão fazendo isso. Os que não fazem, perrengue. Eu não vou citar o clube, mas encontramos no ano passado, no aeroporto de São Paulo, um clube da Série A lá. Os jogadores falavam: ‘Não aguentamos mais ficar em aeroporto’. Isso mexeu muito com a recuperação dos jogadores, física e mental. O Flamengo hoje tem um CT top, tem que treinar lá, não no CT dos outros”, conta o professor.
Zago explica como Jesus mantinha um time titular jogando todos os jogos no calendário apertado do Flamengo
“Segunda coisa que ele mexeu muito: gestão de elenco. Ele tinha um comando muito forte, muito respaldo. Tem a ver com idade, experiência, competência. Era do jeito dele. O time tinha que jogar e se tivesse ganhando de três, tinha que continuar fazendo o jogo que queria, se não ele ia dar dura ali. Isso mexe com a cultura, com a ambição, isso é importante para pensar o futebol como esporte de alto desempenho. Aí a gente entrega para a torcida o jogo que ela merece. No clube que ele estava, sabia do tamanho da responsabilidade de ganhar e entregar um bom jogo”, explica.
O profissional ainda revela curiosidade: Jorge Jesus é conhecido por bons sistemas defensivos na Europa, ao contrário do que acontece no Brasil
“A terceira coisa é uma opinião minha: O Jesus é reconhecidamente um técnico em Portugal de montar grandes sistemas defensivos, não de encantar por equipes ofensivas. No Flamengo, para mim, a base era a pressão que fazia na fase defensiva e na pressão pós-perda. A linha de defesa sustentava alta muito tempo e fazia os atacantes serem ativos no jogo, porque eles defendiam perto do ataque e a linha de defesa estava sempre perto do meio-campo. Quando perdia a bola, sabia que a defesa não ia correr para trás. Isso tem que ser muito bem treinado, se não é toda hora bola nas costas”, surpreende.
Após tantos aprendizados com o técnico português, o professor conta que leva os ensinamentos para suas aulas na CBF
“No curso da CBF eu falo da fase defensiva do Jorge Jesus, do que ele trouxe. Tanto na pressão alta como na transição. No Brasil temos um vício. Assim que a equipe perde a bola, as linhas correm para trás, mas abrem 40m para o meio-campo ter que marcar. Elas tem que ficar marcando alto o maior tempo possível. O fundo tem que estar protegido pelo goleiro adiantado e pela perfilação dos caras da linha, que tem que estar de lado para defender as costas e a frente ao mesmo tempo. Ele foi muito ajudado, porque o Flamengo tinha jogadores que tinham jogado na Europa. Diego Alves, Rafinha, Europa. Marí, europeu. Filipé Luís, muitos anos de Europa. Essa coordenação ajudava muito ele e ele foi favorecido por isso”, finaliza.
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