Jogar nos 3640m da altitude de La Paz não foi nada fácil para o Flamengo. Nem para os jogadores, que saíram com fortes dores de cabeça, nem para o técnico Tite, que passou mal e foi internado ao chegar no Rio de Janeiro em detrimento de uma arritmia cardíaca. O clube informou, e os torcedores precisam entender o que é a fibrilação atrial, comum arritmia que assola o treinador do Mengão, que está lúcido e estável.
O que é a fibrilação atrial
Essa arritmia é comum nos mais velhos, e Tite, com 63 anos, é mais suscetível a constatar o problema. Foi o que aconteceu em exame realizado no Hospital Copa Star, onde o técnico do Flamengo segue em observação e sendo medicado com remédios.
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É que o problema pode ser remediado e não existe a necessidade de cirurgia. Os anticoagulantes, por exemplo, são essenciais para reduzir risco de AVC.
A fibrilação atrial consiste no funcionamento dos átrios superiores do coração funcionando de forma dessincronizada dos inferiores, tremendo, ou fibrilando, em vez de uma contração sincronizada e em sintonia.
Os batimentos irregulares são acelerados, contraindo sem compasso, como explica o site da Pfizer, multinacional farmacêutica.
Além da anticoagulação para prevenir um AVC, outros medicamentos comuns visam estabilizar os batimentos do paciente, podendo ser via oral, por injeção, ou mesmo cardioversão elétrica – choque no tórax para estabilizar o compasso do coração.
A altitude pode afetar e desencadear na fibrilação arterial. Isso porque o coração tenta compensar a falta de oxigênio, que é reduzida nessas circunstâncias, elevando seus batimentos. Com o aumento da frequência, o coração pode ser sobrecarregado, resultando na arritmia.
O site do hospital SOS Cardio também enriquece a explicação, alertando que o saudável entre adultos são batimentos de 60 a 100 vezes por minuto. As contrações musculares, que são os batimentos, acontecem por meio de choques elétricos naturais. A arritmia, no entanto, muda o rimo dessa contração. A fibrilação atrial pode evoluir, com o tempo, para um caso grave.
Fibrilação causa sintomas parecidos com os efeitos da altitude
No início, pode ser difícil diagnosticar. Por isso, apenas os exames feitos no Rio de Janeiro confirmaram a fibrilação atrial de Tite. Os próprios jogadores se queixaram de dores de cabeça por conta dos efeitos da altitude. Mas é muito comum que o paciente com fibrilação atrial tenha tonturas e mal-estar.
Além disso, a falta de ar é o principal sintoma que pode passar despercebido na altitude, já que quem sofre com isso pensa apenas se tratar de um problema em virtude dos quase 4 mil metros acima do nível do mar, sem perceber a ocorrência devido à arritmia cardíaca.
Diagnóstico
O exame físico é uma das formas de confirmar o problema. Além disso, o eletrocardiograma (ECG) é outra forma de diagnosticar a fibrilação atrial em um laudo completo.
‘Não dava para respirar’, disse Tite em coletiva
Em coletiva de imprensa, ainda em La Paz, Tite falou sobre as condições desumanas de jogar na altitude. O técnico do Flamengo contou que a delegação flamenguista tentava buscar o ar, mas não encontrava, e tinha muitas dificuldades de respirar no Estádio Hernando Siles.
“A altitude suga. Ela drena. Ela absorve. Chegou no final do jogo, fazia substituição, o time tentava respirar, mas não dava para respirar”, reclamou Tite, que também afirmou que estava “ofegante, talvez com a pulsação maior que o normal”, acreditando ser apenas uma questão da altitude.
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