Depois de mais uma ducha fria no ano, aquela derrota bisonha contra o Grêmio, em que perdemos graças a nós mesmos, com falhas graves individuais não condizentes com profissionais muito bem pagos, o Flamengo foi a campo contra o Cruzeiro. A torcida? Já “desistiu” do Flamengo. Ninguém acha que vale a pena ir torcer para looser sem alma. O time do Flamengo está assim. Comprometido com um futebol medíocre e sem esforço. Talvez reflita a filosofia impetrada por um Departamento de Futebol muito mal gerido e por lideranças do clube derrotistas e sem gana por vitórias. Protecionistas da perebagem e do tacanho, seja nos jogadores ou nos profissionais, como o péssimo treinador de goleiros ou o analista de inteligência que dá aval a Geuvânios ou Rômulos da vida.
Mas quem sabe isto venha a mudar. Ricardo Lomba, que assumiu recentemente, tem um trabalho extenso pela frente para tentar mudar isto. Embora, talvez, seja mais um Don Quixote contra moinhos de vento sólidos. Mas há a vontade. Há o desejo. Que obtenha a ajuda necessária para conseguir a primeira rachadura neste concreto, entre muitas a seguir.
Pois bem. E o jogo na Ilha do Urubu, ultimamente tão execrada mas onde o Flamengo está com 74% de aproveitamento? Flamengo jogou com autoridade. Rueda, cujas escalações e substituições não consegui pegar a lógica ainda, finalmente escalou o time com 11 jogadores, diferentemente contra o Grêmio. E Paquetá no lugar que seria do Diego. Algo simples, elementar, óbvio, para mim ao menos, mas que não foi tentado por ele no jogo anterior. Com Paquetá o Flamengo controlou o jogo. Meio de campo mais inteligente do que com aquele asno andando e apontando por ali. Cuellar dominou a “volância”. Como joga este jogador. Impressiona. E assim não vimos o Cruzeiro, com aquele futebolzinho mequetrefe do Mano de contra-ataque ver a bola direito durante todo o tempo.
Vizeu continua muito mal, em que pese o passe de pivot que deu para o sempre regular Everton marcar. Everton Ribeiro não foi mal, mas não foi nenhum destaque. E tantos os laterais como a zaga não comprometeram como fizeram contra o Grêmio. Flamengo conseguiu dominar o jogo, o fazendo de forma surpreendentemente fria e controlada. Não sofreu um gol contrário para vermos se isto duraria até este momento. Flamengo sofre do efeito “minesweeper”. Basta sofrer um gol, a bomba explode, e o time desmorona por inteiro.
Rueda, a la Zé Ricardo, demorou a fazer substituição. Parece um karma que temos que carregar enquanto torcedores. E, finalmente, colocou o ótimo Vinicius Jr. Depois colocou Rodinei em campo, tirando Paquetá, o que foi deveras surpreendente considerando um suposto vazio tático que geraria no meio de campo. Mas deslocou o Everton para lá. No final do jogo, gol do Vinicius Jr, em jogada de velocidade e toque na saída do Fabio.
Flamengo 2 x 0 Cruzeiro. Resultado justíssimo. Mas não podemos ter muita confiança porque pode haver muitos baldes de água fria pendurados na porta ainda.
Flávio H. de Souza escreve no Blog Pedrada Rubro-Negra. Siga-o no Twitter: @PedradaRN
Imagem destacada no post e nas redes sociais: Gilvan de Souza / Flamengo