Exatamente às 5h17 do dia 8 de fevereiro, em 2019, três anos atrás, o Flamengo teve o capítulo mais triste de sua história. Isso porque um incêndio no alojamento, improvisado em um contêiner, dizimou a vida de dez garotos no Ninho do Urubu. Ao todo, 26 famílias foram afetadas. O MRN atualiza a situação dos acordos e das indenizações.
Athila Paixão, Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Gedson Santos, Jorge Eduardo Santos, Pablo Henrique da Silva Matos, Rykelmo de Souza Vianna, Samuel Thomas Rosa e Vitor Isaías foram os jovens que morreram no incêndio no Ninho do Urubu.
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A justiça indiciou, ao todo, 11 pessoas pelo acidente envolvendo os alojamentos improvisados para as categorias de base. Ademais, a denúncia foi por incêndio culposo qualificado com resultados morte e lesão grave. Contudo, a briga na justiça ainda se arrasta há três anos e não teve um fim.
Outro processo que também iniciou foi a indenização em que o Flamengo precisaria pagar para as famílias dos jogadores que morreram e também dos que ficaram feridos. Ao todo, 26 familiares tinham direito às indenizações. Até esta segunda-feira (7), o Rubro-Negro chegou a acordo com 25, restando apenas os responsáveis do goleiro Christian Esmério.
Flamengo chega a acordo com 25 famílias dos Garotos do Ninho
O início dos acordos não foram fáceis. Discordando dos valores impostos pelo tribunal, o Flamengo procurou negociar um acordo que fosse bom para o clube e, ao mesmo tempo, para os parentes das vítimas. Contudo, o Rubro-Negro ofereceu o mesmo valor a todos. Após muitas resistências, algumas assinaturas começaram a acontecer.
Um dos casos mais complicados foi a da família de Rykelmo. O pai fechou um acordo com o Flamengo, enquanto a mãe foi a única que entrou na justiça contra o clube. A família materna entendeu que o valor oferecido pelo Rubro-Negro era muito abaixo do que era projetado como indenização pelo ocorrido. Contudo, no fim de novembro de 2021, o Mais Querido chegou a um consenso com a mãe do jovem, que retirou a ação.
Com isso, 25 das 26 famílias afetadas chegaram a um acordo com o Mais Querido. Todavia, resta ainda um consenso com os familiares do goleiro Christian Esmério, que também entraram na justiça contra o Rubro-Negro. Vale ressaltar que, até dois anos após o acidente, apenas oito famílias, das dez vítimas, haviam chegado a uma resolução com o clube. O caso com os responsáveis de Christian, no entanto, está próximo de um desfecho.
Isso porque o jornalista “Venê Casagrande” informou, nesta segunda-feira (7), que a justiça indeferiu a gratuidade de justiça do processo movido pelos familiares do jogador. Ou seja, para continuar com a ação contra o Flamengo, os autores deveriam pagar as custas do tribunal. Eles podem parcelar em até cinco vezes. A mãe do atleta cobra do clube cerca de R$ 8,4 milhões.
Indiciados e culpados no processo do incêndio
A justiça indiciou, ao todo, 11 pessoas pelo incêndio no Ninho do Urubu. A saber: Antonio Marcio Mongelli Garotti, ex-diretor financeiro do Flamengo. Claudia Pereira Rodrigues, Danilo da Silva Duarte, Fábio Hilario da Silva e Weslley Gimenes, da empresa NHJ. Eduardo Bandeira de Mello, ex-presidente do Flamengo, Edson Colman da Silva, técnico em refrigeração e Marcelo Maia de Sá, engenheiro do Rubro-Negro.
Além disso, o monitor Marcus Vinícius Medeiros, o gerente de transição da base, Carlos Noval e o engenheiro Luiz Pondé foram absolvidos. Os oito restantes seguem respondendo o processo pelo crime de incêndio culposo qualificado pelos resultados morte e lesão grave.
Contudo, em junho de 2021, a 36ª Vara Criminal da Capital do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ), suspendeu a ação. Ou seja, o caso fica paralisado até segunda instância, mas não tem previsão para voltar a tramitar. Em resumo, a justiça ainda não deu um veredito sobre os acusados, que seguem em liberdade. O processo caminha a passos lentos no tribunal. As famílias dos jovens buscam justiça.
Em homenagem aos Garotos do Ninho, o Flamengo vai inaugurar nesta terça-feira (8), uma capela ecumênica. O espaço será reservado para orações e eventos religiosos no CT do clube. A capela foi construída no mesmo local do trágico acidente.