MRN Informação | Yago Martins — O clima já está esquentando nos bastidores do Flamengo para a eleição no final do ano. Diante da pandemia, o pré-candidato da chapa Flamengo Maior, Walter Monteiro, protocolou junto a Marco Aurélio Assef uma carta aos conselhos do clube, sugerindo uma forma ‘pacífica’ para adotar a questão do voto a distância nas eleições. Em resumo, a ideia seria criar uma comissão independente de juristas para uma opinião sobre a questão, já que o estatuto do Rubro-Negro não prevê essa possibilidade.
Confira a nota abaixo
”Os pré-candidatos à Presidência do Flamengo Walter Monteiro e Marco Aurélio Asseff protocolaram no dia (22/03) uma carta conjunta aos presidentes de Conselho do Flamengo propondo uma solução de consenso para que o Clube decida sobre a aplicação do voto a distância nas eleições de dezembro. Walter e Asseff entendem que a modificação na Lei Pelé realizada no ano passado, exigindo o voto a distância nas eleições de clubes, prevalece sobre o Estatuto do Flamengo, que não prevê hoje essa possibilidade. Ambos sugerem que seja formada uma comissão por três juristas independentes para dar um parecer sobre a questão, que seria seguido pelos Conselhos e por todos os candidatos das eleições de dezembro.
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Essa é a terceira iniciativa protagonizada por Walter, candidato da Frente Por Um Flamengo Maior, para tentar garantir aos sócios do Flamengo o direito legal pelo voto a distância. Logo após a sanção da mudança na lei, Walter ajudou a organizar um abaixo-assinado firmado por mais de 170 sócios exigindo a imediata adequação do estatuto à nova redação da Lei Pelé para que o voto a distância pudesse ser implementado já nas próximas eleições. Em dezembro do ano passado, Walter e a pré-candidata a vice-presidente Claudia Simas enviaram uma carta aos presidentes do Conselho de Administração e da Assembleia Geral, responsáveis pela organização da eleição, para que tomassem medidas concretas para a implementação de um sistema de votação a distância. Nenhuma das duas obteve resposta.
Na carta protocolada no dia (22/03), Walter e Asseff manifestam o desejo de que o Flamengo alcance uma solução de consenso interno sobre o voto a distância, que elimine qualquer chance de que o tema possa ir parar nos tribunais.”
Landim apoiou a ideia em 2018
Atual presidente e provável candidato para reeleição, Rodolfo Landim aprovava o voto a distância em sua primeira campanha. De acordo com o texto de ”Compromisso de Gestão” de Landim, além de prometer criar uma proposta a ser enviada aos Conselhos do Fla com adoção do voto remoto e eletrônico, o atual mandatário sugeria ainda um segundo turno e o fim da reeleição.
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“Realizar proposta (a ser analisada pelos sócios do Flamengo) para a mudança do nosso processo eleitoral, tornando-o mais moderno, transparente, estável e democrático, avaliando novas tecnologias de voto eletrônico e remoto e sugerindo a avaliação de temas como do segundo turno, do fim da reeleição e outros pontos a partir da eleição de 2021 ou 2024“, diz um trecho do texto da página nove do “Compromisso de Gestão” da então Chapa Roxa.
Ideia debatida no Flamengo
Em recente entrevista ao GE, o vice-presidente Jurídico e Procurador Geral do Flamengo, Rodrigo Dunshee, tratou com cautela o assunto: “Em ano eleitoral é proibido votar matéria eleitoral”.
Lembrando que o estatuto do Flamengo, no artigo 88, diz que compete ao Conselho Deliberativo reformar o estatuto. No entanto, pondera: “Exceto em matéria eleitoral, nos anos de eleição, ouvida a comissão Permanente de Estatuto”.